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sábado, 26 de abril de 2008

25 DE ABRIL: UMA NOITE FANTÁSTICA

Foi uma noite fantástica. Quatro horas a ouvir os poetas, autores e compositores que ajudaram a fazer o 25 de Abril. O Coliseu dos Recreios encheu para escutar letras, vozes e sons que comovem, sobretudo aqueles que conseguem contextualizar no tempo o significado da longa noite fascista. Um Coliseu cheio de resistentes que não se deixam embalar nas loucuras de um presente envenenado. Só a RTP-Madeira passou ao lado. Compreendo! Faz parte da sua estratégia.
Um programa que, devidamente montado para uma sessão de 45 minutos, deveria ser de audição obrigatória nos estabelecimentos de ensino, para que o disparate e o desconhecimento desse lugar a uma atitude de compreensão da nossa penosa História recente e de reflexão para o futuro. A Associação 25 de Abril, a RTP e o Ministério da Educação deveriam pensar nisso.
Está na altura de voltar a ouvir "canta, canta esta canção, tu sozinho não és nada, juntos tens o futuro nas mãos", ou então, "eles comem tudo e não deixam nada". Teriam muito a ganhar e em saber, como salientou o jornalista de Abril Adelino Gomes, que a Pátria foi "madrasta" (continua a ser) que conduziu à emigração de milhares de portugueses, enquanto outros por aqui ficaram "exilados". Uma oportunidade para perceberem o significado de "ei-los que partem, velhos e novos...", ou então, "eles não sabem que o sonho é uma constante da vida". Para compreenderem "uma gaivota voava, voava... como ela somos livres, somos livres de voar" e que "não vamos brincar à caridadezinha, festa, canastra e boa comidinha". Perceberem que "há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não" e que vivemos "esta mascarada enorme que o mundo nos aldraba". E que "se houver alguém que não goste, não gaste, deixe ficar" ou, então, a extensão do da frase "porque outros se calam, tu não".
Está na altura de voltar a ouvir as canções e asvozes de Abril, porque "só assim será poema, só assim será razão, só assim vale a pena, passá-lo de mão em mão", fundamentalmente porque "malmequer bem me quer, muito longe está quem me quer bem".
Está na altura, repito, de regressarem as canções de intervenção política. Antes que seja tarde.

1 comentário:

Duarte disse...

Por esta razão, passei o 25 de Abril aonde se lhe presta ainda o merecido tributo e nos cruzamos com inúmeros circunstantes, jovens e menos jovens, ostentando orgulhosamente o seu cravo. Nem tudo é como o discurso do Presidente da República setenciou, ou não terá ele uma quota parte significativa de certo alheamento dos jovens da política?