O Comandante Jorge Barreira da PSP está de abalada. Ouvi-o esta manhã em declarações à comunicação social. Falou sobre droga e toxicodependência. E disse, muito claramente, que não é através da repressão que se consegue melhorar os resultados e que ela, de resto, não é uma prioridade da polícia. E disse mais: que o problema do combate é multifactorial, depende de todos, de uma vasta equipa que trabalhe em conjunto. Estou a citá-lo de cor mas penso que não estou a adulterar o essencial das suas palavras. Não foram exactamente aquelas mas o sentido foi este. Estou totalmente de acordo.
E seria bom que o governo ouvisse quem sabe. Isto a propósito de uma recente medida legislativa que esteve em discussão na Assembleia. De facto, o problema está na prevenção e todos, inclusive a PSP, têm responsabilidades. Está visto que, reprimir por reprimir ao nível do consumidor apanhado na teia, não provoca resultados proporcionais às medidas tomadas ou a tomar. O combate ao traficante, punindo-o severamente, isso já é outra conversa.
Se em 1996 tivessem levado a sério os avisos, se a postura tivesse sido a de prevenir antes de remediar, provavelmente a situação, hoje, seria diferente. A erradicação sempre me pareceu uma utopia, mas não o controlo sobre a situação. Hoje, porque a política foi de avestruz, os números são dramáticos e não é sensível que exista uma consistente concertação de esforços no sentido de não deixar resvalar uma situação já de si muito preocupante. O sentimento que tenho é que, a continuar esta política, será sempre pior. Infelizmente.
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