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sexta-feira, 16 de maio de 2008

POLÍTICA DESPORTIVA: AGITAR BANDEIRAS ERRADAS

Um Instituto (IDRAM) que, com alguma pompa e circunstância, apresenta 16.922 atletas federados e que se vangloria de um aumento de cerca de 400 praticantes relativamente a 2006/07, decididamente que desconhece o significado da expressão "desenvolvimento desportivo". E a razão é muito simples. O sector federado deve estar essencialmente vocacionado para a qualidade; o sector educativo para a quantidade. Ora, quando temos um sector educativo (desporto escolar) com menos de 25% da totalidade dos praticantes federados, obviamente que o processo está errado. Onde deveria de existir muitos, infelizmente temos poucos; onde deveria de haver poucos, temos muitos. E esta distorção é grave. Desde logo, evidencia o sinal que a escola tem um grave défice de praticantes regulares, organizados para o trabalho educativo e para a vida e para a competição educativa intra e inter-escolas. Depois, se o sector federado apresenta muitos, logo dispara o quantitativo dos financiamentos ao associativismo. Também, por aí, a situação deveria ser repensada pois é na Escola que o financiamento deve ser prioritário.
Depois há outros aspectos que denunciam, claramente, a errada política desportiva deste governo. Um dos aspectos mais flagrantes é o facto da categoria de seniores englobar 35% da totalidade dos praticantes. Isto é, há mais seniores (5.868) do que o conjunto das categorias de infantis, iniciados e juvenis (5.851), facto que significa que, mesmo no sector federado, a formação de base carece de outras políticas. Como se isto não bastasse, ainda por cima, 284 atletas de fora da Região reforçaram as equipas da Madeira. Isto é o que se chama agitar bandeiras erradas.
Esta demografia federada merece uma análise mais cuidada. Por isso, em breve, voltarei ao tema.

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