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terça-feira, 13 de maio de 2008

POLÍTICA: UM PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO PERMANENTE

Esta manhã, no Parlamento, ouvi e registei uma frase com a qual concordo totalmente: "(...) a política é um processo de negociação permanente". Disse-o o Deputado Dr. Tranquada Gomes, do PSD, quando questionado pela oposição na sequência da sua declaração política semanal que versou, ainda, as eleições de 06 de Maio de 2007. Trata-se de uma frase recorrente e óbvia, que corresponde ao que deveria ser, no respeito bilateral entre maiorias e minorias mas, infelizmente, só aplicada em discurso de circunstância e quando convém.
Tenho, desde há muito, consideração pessoal pelo Dr. Tranquada Gomes e, portanto, gostaria que ficasse claro que este texto deve ser assumido no seu enquadramento político. É que se a política é, como salientou, um processo de negociação permanente e, acrescento eu, a arte da negocição possível, por aqui e na Assembleia, tal não se nota. Hoje, é público e notório tendenciais constrangimentos no uso da palavra e, em sede de comissões especializadas, todos sabemos o que acontece. Muito raramente uma proposta da oposição, por melhor fundamentada que seja, é acolhida pelo partido maioritário. Aliás, todos sabemos que as sucessivas alterações ao Regimento da Assembleia, condicionadoras do debate, têm a sua assinatura partidária. E mais, a um outro nível, todos sabemos que muitas vezes o governo substitui a negociação com os parceiros sociais por audições aos parceiros sociais, o que é bem diferente.
Daí que, fique bem ao Dr. Tranquada Gomes, discursivamente, falar em negociação permanente, mas melhor seria que as palavras dos Deputados do PSD se traduzissem em actos concretos de negociação.
Negociação, talvez exista, mas nos Tribunais, onde o Dr. Tranquada Gomes exerce a sua profissão de jurista. No Parlamento... a história é outra. E o Deputado sabe que é assim!

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