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segunda-feira, 30 de junho de 2008

DETERMINAR O PORQUÊ DOS "ADORNOS EXCÊNTRICOS"

Pode a maioria, Mesa incluída, chamar a polícia para actuar nas situações que foram consideradas, na altura, de "excêntricas", que o Parlamento, por aí, não ganhará credibilidade. Estou a falar, por exemplo, do famigerado relógio do Deputado do PND. Não é por aí, repito, que o principal Órgão da Região se tornará reconhecido e aplaudido pela população. O Parlamento só ganhará credibilidade se não for, globalmente, aquilo que hoje é. Basta ouvir, infelizmente o digo, a "vox populi" dentro e fora do Parlamento.
No caso do relógio e de outros "adornos excêntricos", necessário se torna saber que motivos levaram e levam a tais comportamentos. Aí está o busílis da questão. Se a maioria política da Assembleia considerar os aspectos que subjazem a tais comportamentos, naturalmente, eles deixarão de se verificar. Se assim não acontecer, se o diálogo e o bom senso forem colocados à margem, óbvia e lamentavelmente, que a conflitualidade e o radicalismo tenderão a aumentar.
Eu não os apoio, evidentemente, tal como já o salientei num texto aqui publicado há muito tempo, porque a Assembleia deve ser respeitada, mas pouco preocupado estou com eles desde que os trabalhos não sejam prejudicados. E, de facto, as sessões nunca foram prejudicadas. Agora, é sensível que tais "adornos excêntricos" são uma pedra no sapato. Resta saber o porquê de tanta dor! E é nessa dor que devemos actuar, não com um penso rápido chamado "polícia" mas com uma dose cavalar de humildade política.
Aliás, para o Parlamento e para os Deputados que gozam de imunidade parlamentar, que não respondem civil, disciplinar ou criminalmente pelos votos e opiniões (os "adornos" infelizmente são uma forma de comunicação) e que só podem ser detidos em caso de crime doloso e em flagrante delito a que corresponda uma pena superior a três anos, não deixa de ser caricata a história de chamar a polícia para retirar os tais "adornos excêntricos".
Ora, mais grave do que os "adornos excêntricos" são as palavras azedas, os insultos, a má educação e, muitas vezes, o desdém e a falta de respeito quando os Deputados usam da palavra. A dignidade do Parlamento começa por aí.

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