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sexta-feira, 27 de junho de 2008

ESTÁ TUDO A BATER CERTO...

Se compaginarmos as declarações do Presidente do Governo Regional da Madeira relativamente ao Código de Trabalho (ainda ontem escrevi uma breve reflexão sobre esta matéria) com a conferência de Ernest Benach i Pascual, político da esquerda, Presidente da Assembleia da Catalunha, chega-se à conclusão que faz todo o sentido. Por um lado, na Assembleia da Madeira, todas as propostas da oposição são chumbadas e se elas têm origem nas bancadas da esquerda, então aí, não há qualquer hipótese. Mas logo a seguir, para transmitir à população madeirense uma ideia de abertura, de democracia e de pluralismo ideológico, condenam o código do trabalho e trazem, à sede do Parlamento da Madeira, um convidado espanhol, pasme-se da esquerda política. Como está à vista de todos, com um outro objectivo complementar: bater em Madrid e, por analogia, bater forte em Lisboa, por extensão, em defesa da Madeira. Sem que o conferencista espanhol se aperceba há aqui a nítida intenção de criar uma almofada protectora no PSD da Madeira nas suas lutas contra Lisboa.
Mas há um outro aspecto que me parece relevante e que me leva a dizer que deveria haver cuidado nos convites que se dirigem. Todos sabemos que o Mundo está dissolvido em conflitos regionais. Tome-se em atenção, por exemplo, o que se passa em Espanha, nos movimentos no País Basco, na Galiza e na Catalunha. E embora entenda que o debate deva ser livre e não condicionado por razões de posicionamento político, a verdade é que, a proximidade e as relações, a todos os níveis, entre Portugal e Espanha, deveriam merecer um certo cuidado institucional.
Independentemente destes pressupostos, embora em alguns conflitos regionais se justifique o acto da luta pela autonomia plena e até pela independência, preocupa-me, em função da estabilidade do Mundo, o que se passa na Irlanda do Norte, no conflito sempre emergente nos Balcãs, no Médio Oriente, no Curdistão, no Iraque, no Afeganistão, no conflito Israelo-Palestino, nos conflitos Africanos, concretamente, na Somália, Etiópia e Sudão, na Libéria, Serra Leoa e Argélia, no Sahara-Ocidental, nos conflitos na Chechénia, Geórgia, no Nepal, Caxemira, Sri Lanka, Filipinas, na América Latina, concretamente, na Colômbia e Perú. Estes são alguns.
Relativamente ao que se passa na vizinha Espanha, pois bem, eles que resolvam o seu problema. Somos, aqui na Ilha, demasiado frágeis e vulneráveis para gerarmos embaraços na política externa, apenas para justificar posicionamentos locais que não têm qualquer razão de existir.

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro André Escórcio
Com a promessa de não o maçar com demasiados comentários, permita-me, no entanto, uma interrogação:
Será que a Oposição teve o cuidado de alertar o Conferencista para o oportunismo da marosca em que, abusivamente, o querem envolver?
António José M D Trancoso