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domingo, 27 de julho de 2008

PONTAPÉ PARA A FRENTE, PARA CIMA E PARA FORA

Acabo de escutar as intervenções políticas do Chão da Lagoa. É evidente que não atribuo muito valor ao que lá foi dito. Todos os anos é assim, com mais ou menos pimenta, com mais ou menos agressividade. E não atribuo porque os grandes problemas da Madeira não foram equacionados. Nem podiam ser. Ali, uma vez mais, a táctica foi a do pontapé para a frente, para cima e para fora. Sócrates, há três anos e pouco no governo, foi eleito o culpado por 32 anos de políticas erradas na Madeira que a atiraram, hoje, para um beco de muito difícil saída. Sócrates é o único responsável pelos 50.000 pobres da Região, pela dívida de três mil milhões de euros da Região, pelo atraso cultural da Região, pelas péssimas e ineficazes políticas educativas da Região, pelos 8700 desempregados da Região, pelo Parlamento que temos, enfim, ele é o culpado de tudo. Daqueles discursos até parece que a Madeira foi governada por José Sócrates nos últimos 32 anos. Por tudo isto e porque sabem para quem estão a falar, obviamente, que não dou relevância de maior. O disco (vinil) está muito riscado.
Agora, preocupa-me quando se diz "quem quer ilhas que as pague" e a quem não paga as dívidas move-se "uma acção de despejo". Preocupa-me quando um responsável político fala das Forças Armadas como "forças de ocupação territorial" e preocupa-me quando se compagina tudo isto com os cânticos de "viva a Madeira livre". Aqui, alto e parem o baile. Porque sou madeirense e autonomista, entendo que alguém dos Órgãos de Soberania, deve pedir explicações sobre esta matéria. Porque o problema já não é de chantagem e pode ter, a prazo, reflexos muito complicados entre os próprios madeirenses.

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