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quinta-feira, 28 de agosto de 2008

AS CONTRADIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Duas notas:
1ª Cavaco Silva foi recebido ontem em Grândola para inaugurar a feira franca. Quando se dirigiu à população, o PR admitiu que Portugal "ficou demasiado tempo para trás", afastando-se dos níveis dos parceiros europeus e pediu competitividade internacional às empresas, alertando para a necessidade de serem seguidas "estratégias e políticas adequadas. Cavaco Silva afirmou também que “é preciso agarrar as oportunidades e, apenas com trabalho, Portugal vai conseguir vencer as dificuldades."
É por estas e por outras que os políticos se descredibilizam. Então não foi este Doutor Cavaco Silva, ex-Secretário-Geral do PSD e Primeiro-Ministro de Portugal, num período crucial da nossa recente História (1985-1995), curiosamente o político, com maioria absoluta, que mais tempo esteve à frente dos destinos do País? Sendo certo que as decisões políticas estruturantes que hoje são tomadas têm efeitos a médio e longo prazo, sendo certo que se elas tivessem sido tomadas nos anos 80/90 estaríamos hoje numa posição diferente para enfrentar os desafios que se nos colocam, é preciso ter memória curta ou uma grande lata política para agora vir dizer aos portugueses que "Portugal ficou demasiado tempo para trás?
O Presidente do Governo açoriano criticou o Presidente da República por não compreender o valor da Autonomia. Em causa esteve o seu pedido de fiscalização preventiva do novo Estatuto Político dos Açores, na sequência do qual o Tribunal Constitucional declarou inconstitucionais oito artigos do texto aprovado por unanimidade nos parlamentos açoriano e nacional.
Uma vez mais o Doutor Cavaco Silva. Ele pode e deve ser o garante da Unidade Nacional, mas, afinal, que interpretação faz o Presidente das Autonomias? Será que a sua posição tem a ver com a histórica rebeldia muito pouco sensata e, muitas vezes mal educada, por parte do Governo Regional da Madeira? Afinal, em que ficamos: o País não ficará para trás se às Autonomias forem cerceados os direitos de inovação, criatividade, crescimento e desenvolvimento, no quadro da Unidade Nacional?

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