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quinta-feira, 14 de agosto de 2008

FÉRIAS

Quase vinte anos depois regressei a Canárias. Exactamente às ilhas que já conhecia: Lanzarote e Tenerife. Conheço Las Palmas mas nunca me seduziu. Durante uma semana em cada destino, voltei a apreciar tudo o que de bom existe naquelas duas ilhas. Confesso que Lanzarote fascina-me. Evidentemente que não tem a monumentalidade de grandes cidades europeias, tampouco museus que deslumbrem, mas a notável obra de Cesar Manrique está um pouco por todo o lado. Uma obra de respeito pela natureza, de arte total, como ele referiu, e que ocupa um visitante, diariamente, em visitas que se baseiam, repito, num pacto com a natureza e com o património. Visitar a casa e a Fundação Cesar Manrique, os Jameos del Agua, as Cuevas de los Verdes, o Mirador del Rio, a cidade de Teneguise (primeira capital), o notável Jardín de Cactus que constitui um fabuloso espaço verde, Timanfaya e as montanhas do fogo (plataforma vulcânica que foi um dos principais argumentos para a consagração da ilha como Reserva da Biosfera), são locais, entre outros, que não se esquecem facilmente. Lanzarote é um destino fantástico. Que o diga o Prémio Nobel da Literatura, José Saramago, que a elegeu como residência permanente. Aliás, vinte anos depois, não notei grandes transformações na paisagem, o que significa que, do ponto de vista turístico, o que é diferente vende e o que é igual em todo o lado acaba por sofrer as consequências dos erros das políticas estratégicas.
Quanto a Tenerife, ora bem, tem alguns pontos de muito interesse, mas não vale mais do que uma visita. Duas são demais. Elejo, La Laguna, uma cidade declarada Património da Humanidade, com cerca de 400 edifícios classificados com diversos graus de protecção monumental ou ambiental; o Parque Nacional del Teide que apresenta paisagens magníficas, criadas pela actividade vulcânica que deu origem à ilha numa extensão de 18.990 hectares; Orotava, outra cidade de média dimensão com um património de algum interesse; um passeio pelas montanhas de Anaga; Masca, uma povoação isolada e metida no alto da montanha; o Jardim Botânico; Santa Cruz de Tenerife vale pela soberba obra marítima deixada por Manrique, que transformou um acesso ao mar difícil num parque verdadeiramente excepcional, tal como um outro, com algumas semelhanças, em Puerto de la Cruz; mesmo ao lado, a fantástica criação arquitectónica de Santiago Calatrava, o Tenerife Opera House, a fazer lembrar a Ópera de Sydney. No campo do entretenimento, o Loro Parque é absolutamente fantástico. Paga-se € 31,00, por pessoa, mas não só o espaço como os quatro espectáculos, em anfiteatros distintos (com lobos marinhos, orcas, golfinhos e pagagaios) vale muito mais que o preço de entrada. De resto, as pequenas povoações disseminadas pela ilha, vêem-se e segue-se em frente.
Aceito que esta minha opinião não seja partilhada por alguns ou muitos, mas, sinceramente, não é destino que me cative. Ademais, é sensível o caos urbanístico e a má qualidade arquitectónica um pouco por todo o lado, sobretudo fora dos grandes centros e isso penaliza, naturalmente, a paisagem.
Nas próximas fotos que publicarei, os visitantes deste espaço que não conheçam estas duas ilhas, poderão percorrê-las através do melhor que podem oferecer. Para além das praias, claro!

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