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terça-feira, 5 de agosto de 2008

UM ACIDENTE DA DEMOCRACIA

Não me revejo neste Presidente da República. Considero-o um acidente da Democracia. Culturalmente está distante do exigível e, politicamente, é fraco, cuja última intervenção política à Nação reflecte exactamente isso. Um problema constitucional que compete à Assembleia da República resolver, transformou-o num caso muito sério para os Órgãos de Soberania. Os portugueses, como salientou, hoje, o Dr. Mário Soares, estão preocupados com outras coisas e não com a maior ou menor Autonomia das Regiões. É por isso que a ideia que dele retenho é a de um político pouco preparado e muito mal assessorado para a alta função que desempenha. Em múltiplas situações, ao longo do seu mandato, tal tem sido sensível.
Mas é também um político muito difícil de definir. É capaz de não reagir às ofensas, entre as quais a do "senhor Silva", visitar a Madeira deixando-se ir na história da não realização de uma sessão no Parlamento, produzir rasgados elogios a um homem que sistematicamente viola as mais elementares regras da democracia, ouvir, impávido e sereno, que as forças armadas sediadas na Madeira, são forças de ocupação territorial e quem não cumpre os compromissos assumidos deve ser despejado, mas, na primeira esquina, arma um sarilho com os Açores, nitidamente preventivo relativamente à revisão constitucional de 2009 e às posições que o Dr. Alberto João Jardim certamente assumirá. É um Presidente de comportamento esquisito. No mínimo não é transparente. Que saudades tenho, apesar de alguns momentos menos bons, dessas duas grandes figuras da Democracia Portuguesa, Mário Soares e Jorge Sampaio!
Por outro lado, um certo silêncio do Dr. Jardim relativamente ao processo açoriano, não deixa de ser muito estranho. Neste quadro, é legítimo que se questione, até que ponto esta manobra não terá o dedo dele? Pode parecer estranho e até paradoxal, aceito, mas não é uma hipótese de excluir. O futuro o dirá.

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