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quinta-feira, 11 de setembro de 2008

ANALFABETISMO (II)

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, em 2001, era a seguinte a situação do analfabetismo em Portugal: Continente 9,0%, Açores 9,4% e Madeira 12,7%. Se nos reportarmos aos Censos de 1991 verifica-se que, na média das regiões Norte, Centro, Lisboa, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira, Portugal melhorou 2%. No caso da Madeira a redução foi de 2,6% (15,3% para 12,7%), exactamente a mesma taxa média das cinco regiões do Continente. No conjunto das sete regiões, o Alentejo apresentava a taxa mais elevada (15,9%) seguida da Madeira com 12,7%. Lisboa registava a melhor taxa com 5,7%. Ouvi o Director Regional de Educação afirmar que, na Madeira, neste momento, a percentagem de analfabetos deveria rondar os 8,7%. Isto é, entre 2001 e 2008 (sete anos), a Região terá melhorado 4%, precisamente o dobro da média nacional entre 1991 e 2001 (dez anos) e suplantado os 2,6% verificados na Região no mesmo período. Espantoso! Ora bem, mistificação é o que se chama a estas continhas do governo. Baseiam-se em suposições e, certamente, em protocolos de medição que podem ser distintos do INE. Politicamente, seria, assim, muito mais sensato e honesto que o Director Regional de Educação falasse de um trabalho que está a ser feito no sentido da redução desta chaga social que, infelizmente, permanece depois de 32 anos de Autonomia e de governo próprio. Seria mais correcto do que atirar percentagens que só em 2011 serão confirmadas ou não. Se se confirmarem, obviamente que todos ficaremos satisfeitos. Até lá, sugiro bom senso e rigor no que se diz. Até porque o tiro pode sair pela culatra. Mas, para já, se o problema é a Madeira estar atrás dos Açores e de Portugal Continental há remédio para isso: definir políticas, trabalhar mais, disponibilizar melhores meios e nunca dizer, em circunstância alguma, que não se pode ir buscá-los a casa para ensinar a escrita e a leitura. Há múltiplas formas de o fazer, bastando para isso copiar, repito, copiar, inúmeros exemplos que existem pelo Mundo fora.
Carta do leitor, da minha autoria, publicada, na edição de hoje, do DN-M.

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