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terça-feira, 23 de setembro de 2008

INDISCIPLINA NAS ESCOLAS: TRÊS CASOS NUM ANO OU TRÊS CASOS POR SEMANA E POR ESCOLA?

Diz o director regional de Educação, Dr. Rui Anacleto, que as situações de indisciplina nas escolas são mínimas. Além das "pequenas coisas" que são "normais" entre "pequenos", o Dr. Rui Anacleto contou, em entrevista à TSF-Madeira, transcrita no essencial no DN de hoje, apenas três casos mais graves ocorridos ao longo do ano anterior num universo de cerca de 52 mil alunos.
Ora bem, ainda há dias, em amena cavaqueira com um membro de um Conselho Executivo de uma grande escola da Região, dizia-me o meu interlocutor que, no ano escolar que findou, tinha tido uma média de 2 a 3 conselhos de turma por semana para analisar casos de indisciplina. E que esta era a única via para ter uma escola de melhor convivência entre todos. Ainda há dias, o DN noticiava que, no ano lectivo passado, tinham-se registado 83 ocorrências, 67 das quais consideradas criminais. E vem o Director Regional dizer que se torna necessário relativizar a indisciplina.
E não fica por aí. Deriva o assunto para o Continente para dizer que lá é bem pior, lembrando o conhecido caso do telemóvel e da professora. Mas que raio de políticos os nossos que andam sempre com um complexo qualquer, pois tudo vai bater ao espaço continental, como se a Educação não estivesse regionalizada, a Região não tivesse governo próprio, uma Secretaria Regional de Educação e até, entre outras, uma Direcção Regional de Educação!
Ah, depois, manda umas farpas para os Sindicatos, certa e prioritariamente, para o Sindicato de Professores da Madeira, o mais representativo da classe, dizendo que gostaria que houvesse "uma maior proximidade na relação". Mas, afinal, quem é que tem andado a fomentar o distanciamento com os parceiros sociais? Quem é que tem andado a "negociar" com as escolas através de reuniões plenárias de executivos, esquecendo-se que os únicos e legítimos representantes dos professores são os sindicatos, enquanto parceiros sociais? Quem é que tem feito ouvidos de mercador a centenas de propostas que têm saído do Congresso dos Professores, preferindo organizar um Congresso próprio, feito por entidade estranha à Região, nitidamente, para ouvir o que querem ouvir?
Para o Director Regional de Educação, certamente que "proximidade" significa ter uma direcção conotada com o poder para que possa abanar a cabeça sempre que o poder deseje. Não é essa a minha opinião. A missão dos Sindicatos deve ser de independência partidária e, neste caso, deve centrar-se na defesa dos educadores e professores em inúmeros aspectos e, particularmente, na qualidade e no sucesso educativo. Goste o poder ou não !

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