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quarta-feira, 3 de setembro de 2008

NOVO ANO ESCOLAR OU VELHO ANO ESCOLAR...

Aproxima-se a abertura do novo ano escolar. Um novo ano com os mesmos problemas. Regressa a rotina. Da Secretaria Regional da Educação pouco se pode esperar a avaliar pela conferência de imprensa realizada na passada semana. Apresentaram números e mais números mas aquilo que seria essencial equacionar, as questões estratégicas, organizacionais, curriculares e programáticas, as varíadíssimas e determinantes questões que se colocam no campo da docência, entre outros, os que decorrem do Estatuto da Carreira Docente, quando se sabe que o sistema educativo só pode funcionar em pleno com educadores e professores empenhados, os problemas que se colocam no campo da autonomia, administração e gestão, as eventuais medidas desburocratizadoras do sistema, tudo isto foi intencionalmente ignorado. Simplesmente porque esta equipa governativa não sabe para onde vai, não tem rumo e, portanto, gere o processo de forma acomodada, sem inovação e sem qualquer rasgo que faça acreditar num tempo novo. Com as respectivas alterações nos números dos alunos matriculados, tratou-se de uma conferência de imprensa igual às dos anos anos anteriores. Aliás, só os incautos podem ficar deslumbrados numa visita ao sítio da internet da Secretaria Regional da Educação. Tudo aquilo foi assim nos anos anteriores e continuará, com pequenos detalhes, a ser nos próximos anos. E os resultados de ontem que as estatísticas demonstram, infelizmente, continuarão a deixar um rasto de grande apreensão em relação ao futuro.
E depois vem a RTP-Madeira, ainda ontem, apresentar uma peça, cujo protagonista foi o Director Regional da Administração Educativa, cujo objectivo último foi comparar os números da colocação de professores na Madeira com os do Continente. Uma peça a reboque das notícias resultantes das posições assumidas pela Fenprof. No essencial, para dizer aos madeirenses que, por aqui, está tudo bem e recomenda-se! Como se fossem comparáveis os espaços geográficos, a dimensão da estrutura organizativa e o número de escolas de formação de professores. Bastaria que a RTP tivesse em atenção que metade dos professores que leccionam na Madeira são oriundos do Continente e logo as perguntas seriam outras. E tanto que havia para questionar, por exemplo, saber como está o processo de avaliação dos professores decorrente do Estatuto da Carreira Docente, a sempre oportuna questão das direcções dos estabelecimentos de ensino (a figura do Director), a autonomia das mesmas, enfim, perguntar-lhe se o sistema está a morrer ou a renascer. Mas eu sei que não podem colocar questões incómodas. Temos uma RTP-M "socialista" para Lisboa e social-democrata para a Madeira. Já Mark Twain disse: "para aqueles que apenas têm um martelo como ferramenta, todos os problemas parecem pregos". Sendo assim de que vale perguntar sobre as palavras-chave determinantes no nosso mundo: rotura, mudança, competência, previsão, estratégia, gestão, reengenharia, excelência, qualidade, criatividade, inovação, sinergia, liderança, comunicação, internet, enfim, quando cada uma destas palavras constitui a base dos processos de mudança numa Educação portadora de futuro.

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