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terça-feira, 7 de outubro de 2008

ENTÃO, MEUS SENHORES, QUANDO É O DEBATE? (II)

Regresso à questão essencial, isto é, ao serviço público que os madeirenses constitucionalmente têm direito mas que não é cumprido na Madeira. O que existe é uma caricactura de serviço público como as estatísticas da ERC demonstram. E regresso, não por politiquice barata, mas porque o assunto é muito sério e relativamente assustador quanto à construção do futuro. Antes de partidário sou cidadão e é nessa qualidade que tenho direito a conhecer a realidade. E como eu, milhares de madeirenses, estou certo, desejam saber com que linhas se coze o amanhã. E esse conhecimento só é possível quando governo e oposição, isto é, quando os líderes partidários se confrontam, quando os representantes do poder e da oposição em geral debatem e enfrentam a realidade.
Ora, o problema que está em cima da mesa, de natureza económica e financeira, implicaria, já, um profundo debate entre o Vice-Presidente do Governo e o Dr. Carlos Pereira, responsável no grupo parlamentar do PS pelas questões daquele sector e que tem liderado a oposição nesta sensível matéria. E se um debate for considerado insuficiente façam-se dois, três ou mais que abarquem as áreas que estão em causa e que constituem uma preocupação dos madeirenses. Neste momento, o verdadeiro Prolongamento deve ser este e não outro!
Ademais, essa história da RTP-M colocar, no Jornal das 9, duas figurinhas, ditas analistas, que se representam a si mesmas, portanto desvinculadas de qualquer projecto, constitui a melhor forma de, politicamente, mexer-se alguma coisa para que tudo fique na mesma. E parece-me que é isso que voltará a acontecer neste ano político. Falam, dizem umas coisas mas, no fundo, acabam por servir o mesmo senhor.
O que os madeirenses precisam não é de uma informação diária que faça a ronda das conferências de imprensa dos partidos. Precisam de uma informação não diária, bem preparada, que troque por miúdos a realidade, que esclareça e ajude o espectador a definir, afinal, de que lado está mediocridade, os perigos que espreitam e se faz ou não sentido 32 anos de poder absoluto, se há ou não necessidade de uma urgente mudança de políticas e de actores.
Ser jornalista, como já alguém disse (jornalista), não se esgota num mero acto de transportar gravadores e microfones. Concordo, em absoluto. E sendo assim, já que falo da RTP e do serviço público, compete-lhe defender os seus profissionais jornalistas, colocando-se entre eles e o poder, para que possam ser livres-pensadores, profissionais isentos, capazes de analisar e de produzir "encontros com a verdade" donde fica a depender o futuro da Madeira. Só que, para que isso aconteça torna-se fundamental que alguém (eu sei quem...) acabe com esta paródia, em nome do cumprimento do serviço público de rádio e televisão, da isenção, de uma pluralidade não mitigada, enfim... da Democracia.

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