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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

INDEPENDÊNCIA... CUIDADO COM AS PALAVRAS. PORQUE ELAS NÃO SÃO NEUTRAS.

Muitas vezes os entusiasmos discursivos conduzem as pessoas a assumirem posições que, porventura, com outra serenidade e em outros espaços não assumiriam. Eu sei e percebo que quando falam da independência da Madeira, tal apenas significa apenas a utilização de uma arma política de confronto com a República. Tem sido assim ao longo de todo o tempo. Ao mesmo tempo que acenam com a palavra independência, umas vezes de forma encapotada, outras, abertamente, também sublinham, como contraponto, que uma obra feita na Madeira é uma obra feita em Portugal. Há aqui, nitidamente, um jogo mas que, no essencial, já não assusta nem preocupa seja lá quem for. Foi chão que deu uvas. No fundo as palavras valem zero. E quem as produz também sabe que o Povo (estou convencido disso) diria um claríssimo não a qualquer aventura dessa natureza. Por enquanto, e lá vão 32 anos, o Povo tem sido tolerante em função da anestesia que, diariamente, leva, mas ao primeiro sinal (a sério) de discurso independentista colocaria a foice em riste e perguntaria, como é?. É a minha convicção.
Ora, isto para dizer que se torna necessário bom senso na utilização das palavras. Esgrimir argumentos é uma coisa, incendiar os ambientes é outra. Da mesma forma que lamento, passados todos estes anos, ainda hoje, tenhamos de ouvir da boca do Presidente do Governo tanta animosidade relativamente ao Primeiro-Ministro, ao Ministro das Finanças e ao Ministro dos Assuntos Parlamentares. Como se fosse possível comparar, em termos orçamentais, a Região da Madeira com a Região dos Açores, isto é, comparar duas ilhas com nove ilhas, embora com populações sensivelmente iguais, e como se na elaboração do OE não existissem rigorosos critérios que definem os quantitativos a atribuir. Como se fosse possível, discricionariamente, ajudar uns em detrimento de outros. Certo é que o discurso político na Madeira está a entrar num campo muito pouco aconselhável. Isto pode dar tragédia!

2 comentários:

MMV disse...

Então como explica a diferença de orçamento para a Madeira?! Como explica o discurso dos últimos líderes do PS-M que afirmavam que se não ganhassem as eleições, a Madeira continuava a não receber dinheiro. Então é mesmo esses critérios?! Ou será um cerco político ao Alberto João Jardim?!

Porque será que o líder socialista nem vai à Madeira ajuda-los?

Onde estão os critérios?! Depois de tanto os socialistas dizerem que existe tanta pobreza e mais mil uma coisas apocalipticas acerca da Madeira, como é possível não pedirem ao Governo PS para mandar mais dinheiro para a Madeira?!

Como é que se explica isso?... São essas as coisas que os madeirenses gostavam que os socialistas respondessem e esses fazem que não ouvem e não nos respondem!

André Escórcio disse...

Primeiro aspecto: respeito, integralmente, as diversas posições sobre esta matéria.
Posto isto, entendo que, sendo um tema extremamente importante para todos nós, porque é o futuro que está em causa, deveria o Presidente do Governo debatê-lo, na RTP, aos olhos de todos, com o líder da oposição na Madeira. Ou então, o Secretário das Finanças aceitar o mesmo desafio, por exemplo, com o Dr. Carlos Pereira, o Deputado mais bem preparado na área económica. A verdade é que, desde 1993 que não há debates com o poder e o Dr. Jardim nunca o fez com a oposição. Nem à Assembleia vai, como sabe. Portanto, há muita coisa que por aí se diz sobre a qual as pessoas não conhecem a outra face da moeda. Eu próprio, porque não é a minha área de estudo, tenho dificuldade em determinar todos os contornos do problema.
Relativamente ao Primeiro-Ministro, depois de tantos enxovalhos públicos, de tantas ofensas, considero absolutamente normal que ele não se sinta confortável para desempenhar, por algumas horas, um papel que envolve hipocrisia. Mas os Ministros e Secretários de Estado por aqui têm andado. Ainda há dias foi o Ministro da Justiça.
De resto, há que conhecer a realidade das duas Regiões, os critérios de atribuição dos valores orçamentais, os valores que efectivamente entraram e, por último, a aplicação dos dinheiros públicos para podermos deduzir sobre a verdade oficial que é apregoada. E isto só com debates ou com uma imprensa livre que queira investigar.