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terça-feira, 18 de novembro de 2008

CONSULTAS AUMENTAM E BAIXAM AS COMPARTICIPAÇÕES

As consultas médicas vão aumentar. Fala-se em 20%. Mas, curiosamente, ou talvez não, as comparticipações derivadas da "bendita" Convenção, periodicamente perdem valor. Isto é, o utente, face à incapacidade de resposta do Serviço Regional de Saúde, segundo hoje foi dito na Assembleia, em 2005, a população da Madeira pagou cerca de 4,7 milhões de euros em consultas emquanto a RAM assumiu 2,8 milhões de euros. Entre 1978 e 2005 o preço das consultas aumentou, em média, 25 vezes e a comparticipação que, em 1978, se situava entre os 50% e 83%, baixou para 15% e 40,9% do preço cobrado pelo médico.
A partir da última revisão da Convenção (2005), os utentes passaram a pagar € 50,00 e a Região paga entre € 20,45 e € 7,50. Isto significa que os utentes passaram a pagar entre 61% e 85% da consulta. Estes são dados que constam de um Projecto de Resolução apresentado pelo grupo Parlamentar do PCP.
Não discuto o valor justo de uma consulta. Pessoalmente, entendo que há exagero se partirmos do pressuposto que o País muito investe na formação universitária, mas, repito, não discuto até porque não domínio todas as variáveis. Agora, considero que as comparticipações roçam a vergonha política. Numa população cada vez mais a experimentar grandes dificuldades para fazer face aos custos de vida, com a pobreza que por aí anda e com uma classe média a espernear, choca-me que o dinheiro proveniente dos impostos de todos sirva para as obras do regime, para subsídios sem retorno e não para atender às prioridades que estão aos olhos de todos: saúde, educação e áreas sociais. É chocante quando se gasta quatro milhões num muro de um campo de futebol e não se atenda às prioridades sobretudo daqueles que pouco ou nada têm.
Participar politicamente, implica ter consciência do que se passa à volta e que há mais Região do que uma cadeira na Assembleia, consciência social, consciência de que o outro tem direitos, consciência de que a pobreza ou as dificuldades não são fatalidades.

2 comentários:

Anónimo disse...

Sr.Escórcio
Desculpe a minha pouca cultura que me faz andar baralhado e já não sei o que pensar.
Realmente há coisas em que o Sr. tem razão, como esta do aumento das consultas médicas e a Segurança só dar uma ninharia de apoio.
Dizem que não pode ser mais, porque não há dinheiro que chegue.
Mas há coisas que não batem certo.
Ainda ontem ouvi,sem querer, uma conversa onde se dizia que no próximo dia 12 de Dezembro os funcionários da Segurança Social tinham um jantar no Casino Park Hotel pagando 15 euros. A diferença (que não deve ser pequena) a instituição suporta.
Disseram ainda que havia equipas de futebol, torneios de xadrez (e sei lá que mais) que vão ao Continente, onde, os funcionários-desportistas, ficam instalados em bons hóteis,por conta da mesma Segurança Social.
Quer-me cá parecer que isto é pouca vergonhice e que sou eu e muitos outros iguais a mim quem está a suportar tudo isto.
Porque será que para a grande maioria existem tantas dificuldades e para outros a crise é só conversa?!
Ai a minha vida!!!
Querem ver que tenho andado a ser enganado...
Desculpe qualquer coisinha.

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Dinheiro existe, apenas anda mal distribuído. Já o disse e repito: prefiro menos um túnel ou uma obra sem qualquer efeito multiplicador e mais felicidade nos idosos, nas crianças e nas famílias. Nos Açores, por exemplo, todos os pensionistas têm mais 60,00 Euros (julgo que já aumentou) pagos pelo Orçamento Regional; o ordenado mínimo passa em Janeiro para € 500,00; os idosos (pensionistas), em Abril de cada ano, recebem 50% do ordenado mínimo para despesas com medicamentos. Será que isto é um gasto supérfluo ou um investimento na qualidade de vida de quem pouco tem? Eu prefiro os investimentos aos gastos que por aí andam muitos dos quais absolutamente escandalosos.Mas, enfim...