Adsense

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

E SE AS ESCOLAS MADEIRENSES ESTIVESSEM ENTRE AS 50 MELHORES DE PORTUGAL?

Eu compreendo o desnorte de quem, neste caso o Director Regional de Educação, tem responsabilidades políticas na condução do sistema educativo. A carta do leitor hoje publicada no DN denuncia precisamente esse desconforto. É a vida. Eu diria que "quem não quer ser lobo não lhe veste a pele" e, portanto, quem assume lugares políticos está sujeito a ser confrontado com a realidade.
Ora bem, eu sempre coloquei muitas reservas relativamente aos "ranking's" das escolas e, sobretudo, relativamente ao abuso de confrontar e comparar escolas públicas com privadas. Desde logo porque as primeiras, são enormes, recebem todas as crianças e jovens, de todos os extractos sociais e, as segundas, pela sua natureza, são pequenas e destinadas, fundamentalmente, as classes sociais mais favorecidas no plano económico. Estes, entre muitos outros aspectos. Mas sempre disse que os "ranking's" constituem um indicador a ter em consideração. Imaginemos, por exemplo, que os estabelecimentos de ensino madeirenses, neste mesmo "ranking", estavam, maioritariamente, entre as 50 melhores escolas públicas de Porugal e, algumas, no "top ten". Aí, certamente, para o Director Regional de Educação, era a prova evidente do sucesso educativo. A verdade é que isso não acontece. O exame x realizado em Valença do Minho foi o mesmo que os alunos do Corvo realizaram. Os critérios de correcção foram os mesmos, pois todos os anos, ao nível nacional há reuniões de supervisores com o GAVE (Gabinete de Avaliação Educacional) que, depois, uniformizam junto dos professores correctores/classificadores, os critérios de correcção das provas. Se a Madeira aparece em posições que testemunham grande preocupação é porque alguma coisa está a falhar.
Aliás, quando o Director Regional acaba por dizer que "(...) vamos mais uma vez, a exemplo dos anos anteriores reunir com as escolas de forma a analisar os resultados", isto confirma que, por maior que seja o labirinto das justificações, o sistema está em causa. Se os "ranking's" são perversos então, pergunta-se, para quê reunir com as escolas? Há, efectivamente, pedra no sapato.
Mais, ainda. Quando o Director Regional de Educação questiona: "quais foram as escolas, professores ou alunos pressionados pela SREC e onde é que tem origem a burocracia na escola?", denuncia, clara e politicamente, que não tem noção do que se passa nas escolas, nem da burocracia imposta, tampouco dos caminhos deste sistema que não leva a sítio algum. Pergunte aos professores. E mais: "Demagogia" e "parcialidade" é, de facto, o que a Secretaria da Educação, desde há muitos anos faz e os resultados, quer se queira ou não, estão aí aos olhos de todos.

Sem comentários: