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terça-feira, 4 de novembro de 2008

"INJECÇÕES DE CONFIANÇA"

Disse o presidente do governo regional que as inaugurações que por aí vai fazendo, em plena clima de crise internacional, são "para fazer sentir à população" que não há "razões" para alarmes em relação ao "mercado" regional. "Isto é mais uma injecção de confiança".
Absoluto disparate impróprio para quem tem responsabilidades governativas. Uma Região endividada, com a corda no pescoço, sem dinheiro para pagar aos seus fornecedores, que foge aos gestos de solidariedade para com os idosos e as famílias, que todos os dias fala do "garrote" que a República faz às finanças regionais (?), o acto de inaugurar qualquer obra pública deveria inscrever-se num quadro de resposta a necessidades sentidas e nunca para injectar confiança. Injecta-se confiança de uma outra maneira: com boa administração e gestão da coisa pública em todos os sectores e áreas da governação, não gastando em obras megalómanas, com redobrado empenhamento nas áreas sociais, com políticas sérias junto do tecido empresarial que fomentem o emprego, com diálogo, cooperação institucional e democracia. Da forma como o faz, as inaugurações para o governo inscrevem-se, em muitas situações, numa outra óptica, no da propaganda, mesmo que para isso não tenha suporte orçamental para o fazer. E as pessoas ouvem os discursos e, perante as asneiras, batem palmas e curvam-se até o carro preto desaparecer para uma nova inauguração e uma nova dívida que vai custar muito cara às gerações seguintes. Ao contrário do que o presidente disse, há razões para alarme. Estamos no vermelho por mais que tentem dizer ao contrário.

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