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sábado, 22 de novembro de 2008

MUITOS OLIVEIRAS DARÃO À COSTA

Fico perplexo como é possível um sistema de controlo ter uma malha tão larga que permite alguns acumularem fortunas mal explicadas. O caso do banqueiro Oliveira e Costa, ex-administrador do BPN, com uma "fortuna", segundo li, ilícita, na ordem dos 66 milhões de euros, é, certamente, entre muitos, um caso paradigmático. E quando isto acontece, presumivelmente, existirão outras figuras directa ou indirectamente implicadas. Parece-me pouco crível que tudo tivesse girado em redor de um só homem que se divorcia depois de 42 anos, passando a fortuna para o nome da mulher, segundo refere o "Sol". Bom, aguardemos, pois a Justiça, penso eu, aclarará os meandros desta vergonhosa situação geradora de alguma desconfiança na generalidade dos clientes e accionistas da banca.
Mas não só na banca. É preciso que se tenha bem presente que este homem, Licenciado em Economia, passou pelo Banco de Portugal e foi um destacado membro dos X e XI governos constitucionais liderados pelo Professor Cavaco Silva, ocupando o cargo de Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. No Banco de Portugal foi responsável, no período de 1977-1980, pela a direcção da Inspecção de Crédito. Um político e um técnico conhecedor das vias do dinheiro. Por isso, em abstracto é a política que está em causa. É que vejo-os saltar de um lado para o outro, dos sucessivos governos para as empresas e vice-versa, rodando daqui para ali e gerando, em alguns casos, um rasto de desconfiança. Depois são os salários, alguns, absolutamente "pornográficos" (Revista Sábado de 04.09.08), onde há casos de banqueiros a receber seis vezes o vencimento do Presidente da República (€ 7.416,00) ou sete vezes o vencimento de um Ministro; gestores com salários escandalosos (EDP: € 49.024,00; PT: € 72.129,00; Galp: € 26.420,00; Brisa: € 25.980,00... etc. etc.. Enquanto isto acontece, por exemplo, o Procurador Geral da República, com 66 anos de idade e com as responsabilidades que tem, não vai além dos € 5.957,00.
Há muita coisa que não bate certo no nosso País. E penso, por isso, que muita coisa terá de ser repensada e moralizada. Desde os salários até a uma imprescindível Mãos Limpas desde Valença até ao Corvo. Obviamente, passando por aqui! Se tal se verificar, certamente, muitos oliveiras darão à costa. Estou certo disso.

3 comentários:

Anónimo disse...

Disse «passando por aqui»?
Só fechando o off shore...

Anónimo disse...

Depois de ler tanta verdade,não sei que comentar, limito-me a deixar oum resto de boa noite e um bom domingo. um abraço

Unknown disse...

Afinal onde pára o banco de Portugal e a sua fiscalização?Dizem os velhos de que "há males que vêm por bem" e realmente não se enganam, pois a crise global e a falência de alguns bancos veio a põr a nu muitas falcatruas que pairam po aí,e ainda aqui vamos.