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terça-feira, 2 de dezembro de 2008

IV COLÓQUIO SOBRE POLÍTICAS EDUCATIVAS ORGANIZADO PELO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO DA UMa

Desde meados do século XX que começou a ser notória a dificuldade de os sistemas educativos proporcionarem às sociedades o que antes proporcionavam, e que qualquer sociedade esperaria deles: uma relação íntima com o desenvolvimento social e económico, que é o mesmo que dizer sucesso.
Em Portugal, um dos mais evidentes sintomas dessa dificuldade tem sido a espécie de revolução permanente que se instalou na educação, mais ou menos a partir do aumento da escolaridade obrigatória, no início dos anos sessenta, quando Inocêncio Galvão Telles era ministro da Educação Nacional, seguida pela reforma de Veiga Simão, na “primavera política” do início da década de setenta, pelas impulsivas intervenções do período revolucionário, que se seguiu ao 25 de Abril de 1974, e por todas as seguintes, invariavelmente destinadas a recolocar o sistema nos carris e, se possível, tornar imortal a memória dos seus inspiradores.
Menos de meio século e 28 (vinte e oito) ministros da educação depois, há quem afirme que o paciente (o sistema educativo) agoniza. É claro que também há quem afirme que nunca estivemos tão bem, pelo menos a contar com as evoluções nos índices mais recentemente divulgados, os quais, alegadamente, demonstram o fim da derrapagem e o início de uma
recuperação que, todavia, continua longe de ser evidente, para muitos.
De forma descomprometida da propaganda e da contra-propaganda, e do alarido que sempre provocam, o Centro de Investigação em Educação e o Departamento de Ciências da Educação da Universidade da Madeira decidiram consagrar o seu IV Colóquio precisamente à análise das políticas educativas e aos discursos e às práticas que lhes estão associados, não com o propósito de resolver a contenda, mas com o objectivo de contribuir, através do debate, para uma educação de sucesso, assumidamente contemporânea do seu tempo.
Nota:
Texto retirado do folheto promocional da iniciativa que será levada a efeito, nos dias 4 e 5 de Dezembro, no Madeira Tecnopolo.
Funcionarão duas oficinas: Prevenção do Abandono Escolar e Promoção do Sucesso Escolar.

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro André Escórcio

O meu caro Amigo fica feliz pelas distinções com que um futebolista(tout court)nascido nesta Região tem sido brindado.
Está no seu pleno direito.
Quanto a mim,confesso que tal facto não me empolga nem emociona.
O rapazola tem jeito e gosta de jogar à bola, e que mais?!
Ajuda a família!?!
Bom,pagando-lhe as obscenidades que lhe pagam(salário,prémios de jogo,imagem publicitária,etc.)melhor seria que o não fizesse...
Daí a ser considerado um exemplo vai uma... enoooorme... distância.
Aliás, de bons exemplos é coisa em que a actividade futebolística não é pródiga; bem pelo contrário, como muito melhor que eu saberá.
Pensará que não sou, ou nunca fui, um desportista, que não aprecio manifestações artísticas, que sou um insensível empedernido...
Não é assim.
Os meus gostos pautam-se por padrões exigentemente elevados que não se compadecem com a inutilidade efémera.
E,muito menos,quando,ao caso,essa fatuidade se sustenta em valores provindos,embora mitigados,da mentalidade dominante nos antigos circos de gladiadores.
É o pão(espetada e vinho seco) e circo, para "distrair" a populaça!
Como refere,e bem,quanta Gente Educada, que muito deu ao progresso da Humanidade,suportando,mor das vezes, privações e sacrifícios, mereceu o reconhecimento de um simples e público Obrigado?
A sociedade de consumo, compraz-se com os seus bezerros de ouro, com o anestesiante faz-de-conta...
Custa-me crer que, o meu Caro Amigo,Professor,embarque nisso!

André Escórcio disse...

Desde logo uma nota: penso que este seu comentário (que agradeço) tem a ver com o texto que publiquei sobre o Ronaldo e não com a "Droga". Se bem que, estou de acordo consigo, este futebol seja uma droga.
Quero dizer-lhe que "não embarco nesta onda" e o meu texto é prova disso e bastará ler as minhas declarações do DN-Lisboa. E mais, entendo ser "pornográfico" (foi esta a expressão que utilizei) o que por aí se paga a ídolos efémeros que não acrescentam nada à sociedade.
Eu sei que tudo isto interessa a alguns. Escreveu, de uma forma irónica, um sociólogo, Lucien de Romier: "uma equipa de futebol por cada mil habitantes e o problema social está resolvido". Estas palavras transportam muita verdade, pois enquanto estiverem entretidos com o futebol e com as suas personagens, deixarão para segundo plano os verdadeiros problemas sociais, económicos, culturais e políticos.
Portanto, creia que o acompanho nas suas preocupações. Só que uma coisa é valor pessoal de um atleta, de um pianista, de um bailarino, de um cientista ou de um actor e outra é o escândalo e o pântano em que a excelência da técnica no futebol está mergulhada.
Agradeço, uma vez mais, o comentário aberto e sincero, pois é assim que se constroi a DEMOCRACIA.