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terça-feira, 2 de dezembro de 2008

MAS QUE DROGA!

Confesso que não entendo esta estratégia de meter a cabeça na areia. Esta manhã, dos seis projectos discutidos na Assembleia, quatro versaram assuntos directa ou indirectamente relacionados com dramas sociais. Todos levaram chumbo por parte da maioria política. Desde logo, uma proposta do PS-M que visava a instituição do "Parlamento Aberto sobre a Toxicodependência". Um jornada, em suma, aberta a alunos e professores, técnicos de saúde, magistrados, representantes de instituições policiais e membros do governo; depois, uma proposta do Bloco de Esquerda no sentido da criação de uma "Comunidade Terapêutica", no âmbito da toxicodependência, capaz de dar resposta aos dramas que por aí andam. Novo chumbo! Nem com a argumentação das aterradoras estatísticas, nem com a notícia da apreensão, ainda ontem, no aeroporto do Funchal, de 75 kg de cocaína oriunda da Venezuela, nem com a narração do que se passa em alguns bairros sociais da Região, nem com aquilo que todos sentem que a droga avassala e com difícil controlo, a maioria não foi sensível e disse não, isto é, disse NÃO à necessidade de instalação de uma designada "Comunidade Terapêutica", sempre com o estafado argumento que o governo está atento.
Estou certo que quando acordarem será tarde. Na década de 90, apesar das denúncias, a maioria ignorou a droga e os estragos que começava a produzir na Madeira, nesta década continua a varrer para debaixo do tapete um problema muito grave, quando se sabe (e parece-me natural) que para apanhar ou desmantelar uma rede, certamente muitos quilogramas entram na Região sem possibilidades de controlo. Muito ainda fazem as polícias. Certo é que ela está aí, com milhares de seringas trocadas, com muitos dramas familiares e muito silêncio político. Pergunto: a quem servirá este silêncio? Aos traficantes?
Qualquer pessoa de bom senso não entende este comportamento da maioria política.

2 comentários:

Anónimo disse...

Senhor Professor

Não fique entristecido com os tradicionais chumbos,pela maioria, das propostas da Oposição.
Enquanto o Maioral não entender revogar as instruções, nada de novo há a esperar do oportunista e acéfalo Rebanho de fiéis.
Mas,como de costume,mais dia menos dia,lá surgirão as "iniciativas" em papel timbrado do PPD/PSD...
Trabalha escravo, isto é, Oposição, que os louros serão sempre "nossos"!
Pensar na solução dos problemas da Polis, dá um trabalhão dos diabos!
Desde que essa solução não colida com os "nossos" interesses particulares, e,constitua uma nova oportunidade para embolsar algum,num passe de mágica, passa a ser de "nossa" autoria.
Se isto não é a Cosa Nostra no seu melhor, o que será?!

André Escórcio disse...

Tem absoluta razão.
Um abraço.