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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

ORÇAMENTO DA REGIÃO

Terminou, esta manhã, o pseudo-debate sobre o Orçamento da Região para 2009. Foi o pior dos três últimos dias. Se ontem constituiu um dia de total desprestígio do Parlamento face a tudo quanto lá se passou ao longo de todo o dia (de referir que, à tarde, em sede de Comissão, chumbaram mais de 50 propostas do PS-M), hoje, na discussão e votação na especialidade, só para o leitor ficar com uma ideia, o PS-M dispôs de cinco minutos para apresentar e defender as 22 propostas presentes no quadro da lei do enquadramento orçamental. Isto é, este Regimento, imposto pelo PSD, atribuiu treze segundos por proposta ao maior partido da oposição. Só para dizer, Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados... lá vão três segundos! Como é óbvio, a partir de um determinado momento deixou de haver defesa ou argumentação e as propostas apenas foram votadas. No ano passado, com outro Regimento, o debate foi até muito próximo das 16 horas; este ano o "pseudo-debate" terminou antes do meio-dia.
Se isto foi assim com o PS facilmente imagina-se com se sentiram os outros partidos de menor representatividade parlamentar. É óbvio que isto não é sério. É por isso que, continua a ser muito estranho que para o Senhor Presidente da República todo este quadro se insira no restabelecimento da "normalidade democrática".
Eu acredito que há pessoas no governo e na maioria parlamentar que sabem para onde esta política conduz a Madeira. Só que não têm coragem e por múltiplos motivos estão calados ou têm de estar calados. A crise ainda não chegou mas não tarda. Ela vem aí lenta mas avassaladora. Nunca fui nem tenho vocação para profeta da desgraça mas, a avaliar pelos indicadores, qualquer pessoa bem intencionada apercebe-se que vamos todos pagar muito caro a megalomania, a ausência de humildade política e a inversão de paradigma económico. Há gente que de uma forma ignorante mas altifalante, a coberto de uma maioria que faz o que quer e entende, por enquanto impõe a sua vontade. Mas também há gente, no Povo, que sente as agruras da vida e que olha para toda esta encenação com alguma ou muita paciência. Desde confronto alguém vai rebentar, ou os dois ou os primeiros por imposição dos segundos. Duvido que esta situação, apesar do poder avassalador da maioria, aguente o que vem a caminho, sobretudo porque a democracia e a tolerância medem-se, também, pelo cinto.

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