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sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

ADAPTAÇÃO DO DISCURSO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA À REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA

Tenho algumas reservas relativamente a algumas passagens do discurso de Ano Novo do Senhor Presidente da República. Todavia, ao ouvi-lo e, depois, ao lê-lo em pormenor, acompanhou-me sempre a aproximação das suas palavras à Região Autónoma da Madeira. Sugiro a leitura deste texto com as respectivas adaptações à Região. Por exemplo, a substituição da palavra Portugal por Madeira:
"Há uma verdade que deve ser dita: a Madeira gasta em cada ano muito mais do que aquilo que produz.
A Madeira não pode continuar, durante muito mais tempo, a endividar-se (...) ao ritmo dos últimos anos. Para quem ainda tivesse dúvidas, a crise financeira encarregou-se de desfazê-las.
Como é sabido, quando a possibilidade de endividamento de uma Região se esgota, só resta a venda dos bens e das empresas regionais aos estrangeiros. Os madeirenses devem também estar conscientes de que dependemos muito das relações económicas com o exterior. Não são apenas as exportações e as importações de bens. São as remessas dos nossos emigrantes, o turismo, os apoios da União Europeia, o investimento estrangeiro, os empréstimos externos que a Madeira tem de contrair anualmente. Para tudo isto, é importante a credibilidade que merece a nossa política interna, as perspectivas futuras da Região, a confiança que o exterior tem em nós. Devemos, por isso, ser exigentes e rigorosos connosco próprios, cuidar da imagem da Região que projectamos no mundo. Caso contrário, tudo será mais difícil.
Não escondo a verdade da situação difícil em que a Região encontra. Mas também não escondo a minha firme e profunda convicção de que há um caminho para a Região sair da quase estagnação económica em que tem estado mergulhado. O caminho é estreito, mas existe. E está ao nosso alcance. Para ele tenho insistentemente chamado a atenção.
O reforço da capacidade competitiva das nossas empresas a nível internacional e o investimento nos sectores vocacionados para a exportação têm de ser uma prioridade estratégica da política Regional.
Sem isso, é pura ilusão imaginar que haverá verdadeiro progresso económico e social, criação duradoura de emprego e melhoria do poder de compra dos salários. Sem isso, não conseguiremos pôr fim ao crescimento explosivo da dívida (...). As ilusões pagam-se caras.
Por outro lado, temos de reduzir a ineficiência e a dependência do exterior em matéria de energia. Assim como temos de alterar a estrutura da produção regional, no sentido de mais qualidade, inovação e conteúdo tecnológico.
Os dinheiros públicos têm de ser utilizados com rigor e eficiência. Há que prestar uma atenção acrescida à relação custo-benefício dos serviços e investimentos públicos.
Para que o nosso futuro seja melhor, para que os nossos filhos e netos não recebam uma herança demasiado pesada, exige-se a todos trabalho e determinação, sentido de responsabilidade, ponderação nas decisões e prudência nas escolhas. Há que enfrentar as dificuldades do presente com visão de futuro, olhando para além do ano de 2009".
Um discurso que encaixa, perfeitamente, na realidade regional. Um discurso à medida porque a Madeira faz parte do todo nacional.

2 comentários:

Anónimo disse...

Senhor Professor
Não me diga que quem disse isso tudo(e que de facto assenta como uma luva na realidade madeirense)foi o mesmo senhor que visitou esta Região aqui há uns mesitos!!!
É que as discursatas e as atitudes,nessa visita, não se encaixam, isto é, "não bate a bota com a perdigota"!...
Ando, cada vez mais, baralhado!

André Escórcio disse...

É verdade, bem observado por si.Já não me le´mbrava que foi a mesma figura que fez tantos elogios à Madeira e a um político, aquando da sua visita à Região. Há coisas fantásticas...