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terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O COMENTÁRIO POLÍTICO

O exercício do comentário político através de órgãos de comunicação social de grande audiência, exige conhecimento aprofundado dos dossiês, distanciamento, rigor e capacidade para traduzir e comunicar os factos, deles extraindo o essencial e transmitindo ao ouvinte ou espectador aquilo que, num primeiro momento, não descobriu. Não se pede que o comentador ou o jornalista diga a verdade mas que seja honesto com a sua verdade, isto é, honesto com o seu comentário. Simplesmente porque, sobre os mesmos assuntos, as verdades são múltiplas. É que não se trata de um artigo de opinião ou de uma entrevista cujo produto final está envolto em uma perspectiva pessoalizada e muitas vezes partidária. O comentário tem contornos diferentes, pois implica distanciamento, boa preparação e capacidade de comunicação.
Do meu ponto de vista, enquanto cidadão e participante na vida política da Região, não aceito o comentário leviano, marcadamente partidário, incapaz de raciocínios mais abrangentes e profundos, por isso mesmo superficiais, gerador da ideia que, neste fime político regional, o comentador, apenas entrou na sala depois do intervalo e, portanto, incapaz de perceber todo o enredo, as teias da história e as ligações que parecendo marginais não o são. Não é possível, por exemplo, falar da Lei das Finanças Regionais (LFR) sem compreender e trazer à colação o que o governo andou a fazer com os dinheiros públicos durante mais de trinta anos; sem compreender que o momento de sufoco é consequência e não causa e que é aí que o problema deve ser contextualizado e analisado, sob pena de se eternizar. Mais. Se o problema é da LFR ou do modelo económico vigente. Não basta, por isso, seguir as palavras do presidente do governo quando sublinha que está habituado às dificuldades e que os últimos trinta anos foram de dificuldades. Ao comentador exige-se muito mais, repito, exige-se que traga à sua audiência a síntese das variáveis que enformam um dado problema. Se assim não acontecer é a credibilidade da estação emissora que fica em causa. Do meu ponto de vista, está!

2 comentários:

Anónimo disse...

RTP-M - VERGONHOSA!!

A RTP-M cometeu um erro terrível e imperdoável: no dia do funeral do Sr. Padre Mário, pessoa que se cruzou com milhares de jovens estudantes madeirenses, que representa para tantos de nós um referencial inabalável de despojo e de entrega para com o próximo, Ser humano que tanto de si deu aos outros e ao bem comum, não merecia tão ignóbil acto por parte da RTP-M: a ausência no dia do seu funeral.
Eu estive lá, estive lá a prestar-lhe a minha última homenagem (muito) sentida. Vi enfermeiros, vi procuradores da república, vi dentistas, vi juízes, vi médicos, vi economistas, vi senhores de fato e gravata e de barba rija.... a chorar! Onde estava a RTP-M para assegurar que todos aqueles que não puderam lá se deslocar pudessem também eles elevar um último pensamento ao Sr. Padre Mário, ainda que à distância de uma reportagem do telejornal? Não estava! Alguém decidiu que não lá deveria estar. Um erro tremendo, grosseiro, insensível e um acto (de omissão) totalmente reprovante. Uma falta grave.
Shame on You Mr. Leonel de Freitas.
Um abraço Padre Mário, obrigado por ter existido!

André Escórcio disse...

Apenas uma palavra:indecente.
O Padre Mário CASAGRANDE fez juz ao seu próprio nome. Não foi um qualquer cuja vida chegou ao fim. Foi um educador, um missionário, um Amigo, um Homem que viveu na humildade dos comportamentos mas que deixou obra nos corações de milhares de madeirenses. Merecia outro respeito na hora da despedida. É, de facto, uma vergonha!