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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

DESEMPREGO, UM DRAMA QUE SE ABATE SOBRE OS MADEIRENSES

Leio no DN on-line: "O desemprego registado cresceu 12,4% na Madeira em Janeiro deste ano, comparativamente com o mesmo mês de 2008, e 6,8% se o termo de comparação for Dezembro de 2008. Na prática, em Janeiro havia 9.932 desempregados inscritos na Região, mais 1.100 do que um ano antes e mais 630 do que no final do ano passado. Outros dados provam a crise. As ofertas de emprego na Região diminuíram 43,6% no espaço de um ano. As colocações também desceram no último ano para 23%".
É claro que esta situação é dramática. A Madeira regista, hoje, valores superiores aos de 1976, com a agravante daquele número de desempregado não espelhar a realidade se tivermos em conta outros factores. Certo é que 10.000 à procura de emprego corresponde, para termos uma ideia da dimensão, ao Estádio dos Barreiros completamente cheio de desempregados. E isto é lamentável quando há responsáveis por este drama social. Desde logo as políticas globais do governo regional e, em particular, as políticas da responsabilidade da Vice-Presidência nas áreas económicas. Por outro lado, a surdez congénita do governo que foi incapaz de ouvir e discutir as centenas de propostas apresentadas pelo grupo parlamentar do PS, da responsabilidade do Deputado Carlos Pereira. Foram todas liminarmente chumbadas, inclusive, outras, dos diversos partidos da oposição.
Há uma tragédia social que está aí aos olhos de todos. Trata-se de uma situação muito preocupante porque evidencia uma clara ausência de políticas para atenuar os efeitos da crise. E perante este quadro não podem ser assacadas culpas ao Primeiro-Ministro. Ele é apenas responsável pela condução política do País há cerca de três anos e meio, enquanto outros por aqui andam há 33 anos consecutivos. Os erros vêm de longe pelo que, hoje, sofremos o efeito de soma pela ausência de políticas susceptíveis de tornarem a Região mais sustentável.
Ademais, essa comparação com os Açores é uma conversa fiada e sem suporte. Os Açores têm um orçamento regional inferior ao orçamento da Madeira e se recebem mais do Estado é apenas porque têm menos receitas fiscais. Globalmente, a Madeira, com duas ilhas, tem um orçamento superior ao dos Açores. Esta é a realidade. Ora, o drama que se abate sobre os madeirenses tem causas e tem culpados políticos. Acima de tudo é também consequência de 33 anos de governo de um só partido. Falharam as políticas, falhou a inovação e falhou a criatividade; cresceu, exponencialmente, a acomodação, a falta de rigor, a falta de sentido prospectivo, o respeito pelos princípios do desenvolvimento e cresceu e cresce, cada vez mais, o desejo de ficar no poder para sempre.
Os desempregados merecem consideração e políticas sérias nesta hora de grande desconforto para as famílias. Importa, desde logo, porque as crianças não têm culpa, um reforço da Acção Social Escolar como medida que atenue o sofrimento das famílias.

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