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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

EXPLICAR O DRAMA... COM HONESTIDADE!

É evidente que um responsável político, neste caso Presidente do Governo da Região, quando confrontado com a dramática situação do desemprego na Madeira, não pode responder que esse é um assunto do Sócrates. Para além deste tipo de atitude corresponder a uma claríssima fuga às responsabilidades políticas e, por isso mesmo, à negação do lugar que ocupa na hierarquia política na Madeira Autónoma, sacudir responsabilidades próprias constitui um acto de abandono da população, entre os quais se contam 10.000 desempregados que enfrentam as consequências de uma violenta crise. Era expectável, perante uma situação de emergência social, perante uma situação grave nas famílias e nas empresas madeirenses, o Presidente do Governo assumisse as suas responsabilidades governativas, procurando justificar a situação e apresentar um qualquer plano de combate ao drama que por aí se vive. Mas, não, volta as coltas aos jornalistas e mete-se no gabinete!
Quando a proposta de Orçamento de 2009, elaborado em bases irrealistas, configura a ausência de soluções face a uma grave situação económica e financeira absolutamente previsível, lamentável se torna que o Governo não avance, rapidamente, para um orçamento rectificativo que proceda aos necessários reajustamentos. Para além deste aspecto, não é politicamente honesta a sistemática busca de bodes expiatórios, sobretudo em Lisboa, quando, por um lado, este governo socialista está no poder há pouco mais de três anos e o PSD na Madeira lidera há 33 os destinos da Região; por outro, não é aceitável que nos momentos de euforia os resultados sejam exibidos como consequência das políticas regionais mas, nos momentos de grande depressão, não haja coragem para assumir as responsabilidades.
A aflição do governo é notória. Por isso mesmo deve o Presidente do Governo tomar a iniciativa de enfrentar os Deputados na Assembleia e com eles debater, cara-a-cara, olhos nos olhos, na frente dos madeirenses, de forma séria e honesta, a realidade da Região. Todos os que aqui vivem têm o direito de conhecer as medidas que resolvam ou, no mínimo, atenuem a situação dramática que a todos envolve. É um dever do Presidente do Governo, é um dever de todo o Governo, saltar dos gabinetes e prestar contas no Primeiro Órgão de Governo Próprio da Região.
Foi isso que o Grupo Parlamentar do PS Madeira, esta manhã, em conferência de imprensa solicitou ao presidente do governo. Se não o fizer, o grupo parlamentar solicitará um debate no âmbito do que se encontra regimentalmente definido. Simplesmente porque a situação é dramática, constitui o efeito de soma de muitos anos e cada dia que se passa o sentimento que fica é o da agudização dos problemas.

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