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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

POVO, ACORDAI DA ANESTESIA!

É muito cedo para formar uma ideia mais precisa relativamente ao que irá acontecer nas legislativas nacionais. No entanto, não acredito num quadro tão negro quanto aquele que hoje é noticiado no DN-Madeira. É evidente que todos sabemos que a conjuntura é complexa, é muito diferente de 2005, mas daí a perder dois deputados no Parlamento Nacional considero um exagero. É claro que há aqui uma campanha avassaladora do PSD-M, com um programa de jantares, comícios, distribuição de benesses, bloqueios na Assembleia Legislativa da Madeira, enfim, há aqui um arraial montado e isso acaba por construir um ambiente desfavorável para qualquer partido da oposição.
O quadro político regional, no que concerne aos eleitores, julgo que pode ser dividido em três partes: uma, a do poder, com toda a sua rede de influências e dependências; uma outra larga fatia, infelizmente, mal informada e que não sabe nem tem capacidade para compreender as implicações do sarilho em que está envolvida; finalmente, uma terceira fatia, que eu considero de pessoas de pensamento livre, oposicionistas que não dependem de ninguém, que tentam argumentar a falência e a necessidade de mudança, mas cuja voz não chega para mudar a actual situação política. Não vale a pena ignorar que é esta a caracterização da situação, com mais ou menos aspectos de pormenor e que, por isso, acabam por ter influência no resultado final. De qualquer forma, não acredito que o resultado aponte para os valores indicados. Aliás, os três Deputados do PS-M na República tiveram um excelente desempenho ao longo do mandato.
É claro que há uma campanha arrasadora, onde o governo, por um lado, vitimiza-se e, por outro, atira para outros as suas responsabilidades governativas. Tudo o que é bom é mérito do governo regional e todas as desgraças governativas têm o selo do Engº José Sócrates. E quando se salta para o palco e a única palavra-chave do discurso é "Sócrates" este facto acaba por ter um efeito arrasador da imagem, multiplicada, obviamente, pelo poder da comunicação social. É muito complicado jogar neste minado campo político, onde faltam, por exemplo, debates com aquele que fala de "sovas" e pede o voto maioritário.
Trinta anos depois é curioso verificar como os eleitores deitam para o lixo tantas e excelentes propostas da oposição, como os eleitores se esquecem dos excelentes contributos dados em sua defesa, como se esquecem do desgaste de uma série de pessoas que mostraram, através dos projectos apresentados (economia, finanças, educação, ambiente, recursos naturais, etc.) serem alternativa ao actual quadro político, como se esquecem que o PSD-M chumbou propostas de relevante interesse social, como se esquecem das visitas aos locais para equacionar e ajudar a resolver problemas, como se esquecem da limitação do uso da palavra na Assembleia, como se esquecem da indecente proposta do "jackpot", como se esquecem dos atrpelos ao ordenamento do território, como se esquecem da monumental dívida pública e social, como se esquecem de tudo e se deixam embarcar na força das palavras de um só homem. São espezinhados mas aplaudem. Um Povo politicamente adulto não vai em historietas... mas este vai!
Eu sei que isto é assim. Eu sei que não é fácil destruir a ideia que de um lado está a competência e do outro a incompetência. Eu sei que não é fácil mas quero manter, em defesa dos mais humildes, dos que nada têm, dos empresários, das famílias, das pessoas honestas que não precisam de ligações ao poder para serem felizes, dos trabalhadores em geral, das crianças e dos idosos que é possível mudar de rumo, sem gritaria, sem ofensas, apenas e tão-só através de uma palavra: DEMOCRACIA.

3 comentários:

Unknown disse...

O que a oposição tem de fazer é, em vez de gastar dinheiro em papelada,aplicar esse dinheiro em carne para espetada e vinho seco,jogando assim com as mesmas armas do PPd.Há, não esquecer a musica pimba para alegrar o "Zé pagode"!.E esta,ham?,talvêz desse resultado.Cumprimentos.

André Escórcio disse...

Meu Caro,
Já tudo foi experimentado. Em 2007acompanhei a melhor campanha eleitoral de sempre do Partido Socialista. Foi uma campanha profissional. Bons documentos, boas propostas, bons candidatos, excelente mobilização, bons discursos, comícios cheios de gente e, no final, o PS viu reduzida a presença parlamentar a sete deputados. Nas autárquicas, também tem sido assim.
Eu compreendo o seu comentário, oh se compreendo. Mas há uma engrenagem muito complexa que tudo impede. Não será eterna, isso não, mas que já leva 33 anos lá isso é verdade. O bom seria é que a democracia funcionasse em pleno, com a alternância no poder. A alternância é importante porque gera criatividade, inovação e respeito pelo Povo, não gera acomodação, corrupção, falta de ideias e desrespeito, no fundo, a alternância, por norma, significa desenvolvimento.
Sabe, eu defendo, por uma questão de defesa da Democracia, que um Povo inteligente concede quatro anos a um partido para governar... se se porta bem, mais quatro, nunca mais do que oito. Isto serve para todo o lado, compreende?
Mais de oito anos surge a acomodação e os tiques ditatoriais e quem se trama é sempre o Povo.
Agora, diga-me, como chegar com esta mensagem às pessoas? Pela Net e pelos blogues não é certamente.
Obrigado pelo seu comentário.

Anónimo disse...

Senhor Professor
Compreendo a ironia do Sr. José Luís mas nem a brincar a advogo.
Vai sendo mais que tempo da Oposição aprender que tem prosseguido um caminho errado; vai a tudo quanto é sítio ouvir as queixas das gentes maltratadas, faz as respectivas denúncias,obriga o governo a tomar algumas medidas,e,depois o PSD(Partido da Sociedade Demente)fazendo a festa com os foguetes alheios, recolhe a votação massiva...dos "agradecidos"!
Se fosse Oposição, só me faziam isso uma vez!
Na próxima, ouvia, ouvia,dava a razão quem tinha,mas,dizia-lhes:
Dêem-nos a força bastante para lhes resolvermos os problemas.Para isso basta que votem em nós.
Enquanto isso não acontecer, vão bater à porta do vosso "estimado" governo!
Quem muito se agacha,...
Para manhoso vilhão burro,manhoso vilhão burro e meio.
Já Nietzche dizia,pleno de sabedoria,que "Dar uma esmola a um pobre é criar um inimigo."
Na situação presente, não direi inimigos,mas, mal-agradecidos,oportunistas,sonsos e ingratos, lá isso são.
E ficam bem na fotografia...
Sendo Vilhão,sei bem do que falo!