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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

PROFESSORES EM SISTEMA DE VOLUNTARIADO

Este Secretário de Estado da Educação, Dr. Valter Lemos, do meu ponto de vista, já deveria ter colocado o lugar à disposição do Primeiro-Ministro. Desde Março do ano passado. Não só ele, evidentemente, mas também, como já o disse em outro momento, a Drª Lurdes e o Dr. Pedreira, se tivessem consciência do prejuízo que estão a ocasionar ao Partido Socialista, já teriam ido embora às suas vidas. Basta estar atento aos e.mails que correm por aí, estar atento à imagem que desfrutam junto de milhares de educadores e professores, entre os quais, milhares também das fileiras de militantes e simpatizantes do PS.
Mas esta equipa não pára de surpreender. Depois de um conjunto de medidas, absolutamente insensatas, que levaram largas centenas a se aposentarem, muitos antecipadamente e com penalização, fartos e cheios de múltiplas situações atentatórias da sua dignidade enquanto docentes, vem agora o dito Secretário Lemos abrir a possibilidade de recrutamento de professores reformados para, "em regime de voluntariado, colaborarem no apoio aos alunos nas salas de estudo, em projectos escolares ou no funcionamento das bibliotecas, entre outras actividades". O programa tem a duração de um ano lectivo, sendo renovável por iguais períodos de tempo. O trabalho do professor voluntário implica um mínimo de três horas por semana. E o Secretário Lemos, obcecado pela avaliação dos docentes, sublinha que, no final de cada ano lectivo, os professores voluntários deverão elaborar um relatório anual da sua actividade, no qual deve constar uma autoavaliação. De borla e, ainda por cima, sujeitos a uma avaliação de desempenho...
Sinceramente, há situações que me desiludem. Manda-se borda fora centenas de professores de qualidade fundamentais aos estabelecimentos de ensino e, depois, abrem-se as portas ao voluntariado, isto é, à mão de obra barata (gratuita, quero eu dizer) deixando fora do sistema tantos jovens docentes à procura de colocação. Há coisas do diabo...
E o problema é que, pressinto, será o PS a sofrer com as loucuras de uma equipa que, teimosamente, ninguém põe cobro. Será que não há ninguém na Comissão Política Nacional que levante o problema (político) de forma sensata e aberta?
É por isso que o combate político por uma Educação portadora de futuro tem de ser aqui, com a força das convicções que me animam, no plano da Autonomia, desmistificando falsos sucessos e combatendo os monumentais erros daqueles que governam há 33 anos e que estão a levar o sistema educativo regional para uma situação de caos absoluto no que concerne aos resultados.

3 comentários:

Anónimo disse...

Caro André Escórcio

Não fora a consideração que me merece, seria levado a pensar que o meu caro Amigo teria antecipado uma brincadeira de Carnaval.
Brincadeira essa que,para além do mais, seria de muito mau gosto.
Faltam-me as palavras para caracterizar o estado de saúde mental da equipa do ME.
Não me falta,porém,toda a gama de adjectivos(ouvidos nas casernas militares)para brindar quem, desta forma,se arroga o direito de pensar que "isto" é governar!
A desvergonha raia já a insanidade.
Um abraço.

Anónimo disse...

Senhor Professor

Este governo é uma "caixinha de surpresas" !!!
Ou será uma Caixa de Pandora para o Partido que o sustenta?!
Cada cavadela, cada minhoca.
Só visto!!!

André Escórcio disse...

Caríssimos,
Eu tenho pena que seja assim. A Educação sempre me apaixonou, e é por isso que não consigo suportar algumas atitudes que estão muito longe de serem estruturadas em função de um futuro desejável.
Por aqui o problema é exactamente o mesmo, quando teria sido relativamente fácil estruturar um sistema educativo para uma Região tão pequena.
Entendo que o governo PS na República, em muitos ministérios, cumpriu a sua função de bem governar. Precisamos de ter presente que a situação, sobretudo a económico-financeira, era muito grave e frágil quando assumiu responsabilidades. E que hoje, depois de tantos constrangimentos e sacrifícios, o País volta a mergulhar nas águas de algum desespero em consequência do quadro mundial. Tudo isto, convenhamos, é muito complicado.
Especificamente, na Educação, a minha leitura de processo é que houve um monumental erro de "casting" que colocou o sistema todo ele em polvorosa, quando um dos princípios do desenvolvimento é o da TRANSFORMAÇÃO GRADUADA. Se eu quero atingir um objectivo, primeiro, tenho de responder a três perguntas: onde estou, onde quero chegar e que passos tenho de dar para lá chegar. Penso que foram dados passos sem responder às duas primeiras questões. O problema começa por aí e, neste quadro, não é aceitável que um limitado grupo de pessoas ponha em causa um partido inteiro. Se eu, investido numa missão daquelas, visse na rua 100.000 contra mim, obviamente, que me retirava. Ó exercício da política constitui uma missão de serviço à comunidade e não um emprego para a vida.
Obrigado pelos vossos comentários. Ajudam a reflectir.