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segunda-feira, 23 de março de 2009

MAIORIA ABSOLUTA NÃO SIGNIFICA PODER ABSOLUTO

O Senhor Juiz Conselheiro Monteiro Dinis abordou hoje “problemas nucleares” da democracia madeirense após audiência com o presidente da Assembleia da República, Jaime Gama. Monteiro Dinis considerou que os sistema democrático funciona na Região mas o seus resultados têm determinadas implicações. “A maioria absoluta impõe uma determinada orientação e não está sujeita a uma dialéctica interna com as minorias porque depende só da sua própria visão de poder” e as forças políticas minoritárias “não podem reagir contra esta situação, a não ser num plano de mera acção política, dialéctica, contraditória, dentro das armas que dispõem e possuem, que são as da argumentação política, racional, no plano da crítica”.
O Senhor Representante da República tem toda a razão. Trata-se de uma análise realista que confirma a nossa tese sobre o que aqui se passa. Só que não se pode ficar por aí, simplesmente porque a Democracia constrói-se com democratas e é aqui que a situação terá de ser alterada. Não se pode jogar apenas para o Povo a solução de um problema, quando se sabe que esse Povo, infelizmente, é pobre, dependente, frágil em termos culturais, com lacunas muito graves na sua formação escolar e profissional. O Povo não é o culpado, antes é vítima de um sistema e de uma engrenagem que o condenou à mediocridade. É evidente que não estamos face a um Povo com capacidade crítica e capaz de cruzar toda a informação disponível. Ele aceita o que lhe vendem. A pergunta que se coloca é esta: então, como fazer para não eternizar este poder?
Desde logo com uma intervenção do Senhor Presidente da República, porque a Constituição tem de ser cumprida na Madeira. O Presidente do Governo Regional não pode esquivar-se ao debate no Parlamento Regional e os membros do governo não podem fugir ao confronto com a oposição. É ali que têm de prestar contas. Se isto se cumprisse constituiria um passo importante e essencial. Depois, não podemos aceitar, no serviço público de rádio e televisão, a ausência de debates, cara a cara e olhos nos olhos, sobre os grandes dossiês da governação, com a participação do presidente e membros do governo. Experimentem deixar a cadeira vazia uma ou duas vezes e verão o que acontecerá nas seguintes.
Mas também é verdade que a oposição terá de reestruturar a sua estratégia. A oposição no seu conjunto e o PS em particular como líder da oposição. Há uma indiscutível necessidade de reajustamentos em função do actual quadro político. Mas se por aí é possível, a outra parte depende do cumprimento integral das regras da democracia. E aqui os partidos nada podem fazer. Mas sobre esta matéria há muito para dizer. Hoje, fico por aqui.
Nota:
Acabo de seguir os comentários na RTP-Madeira relativamente aos temas de actualidade política. Ora bem, tenho uma consideração e estima pessoal, de longa data, pelo Jornalista Miguel Cunha. Mas tenho de dizer, abertamente, que discordo, em absoluto, da sua posição relativamente à ausência dos Deputados do PS no almoço em honra do Senhor Presidente da Assembleia da República. Os Deputados recusaram o convite mas mantiveram a representação institucional. E têm razão nesse assumido comportamento. Há momentos para dizer basta às descortesias e às desconsiderações a quem, bem ou mal, ao longo de 32 anos, faz oposição e apresenta propostas. Ademais, há momentos que não se pode dizer sim à hipocrisia de uma presença que todos sabem que não seria sincera. Certamente, se lá fossem, alguém diria que não tínhamos vergonha na cara; não foram e são criticados. Mas o mais interessante do comentário feito é que o meu Amigo Miguel Cunha, ao longo da sua intervenção, paradoxalmente, acabou por dizer, franca, profunda e abertamente, que, por estas bandas, o rei vai nu em tantos dossiês. E não disse tudo. Do meu ponto de vista, acabou por justificar que os Deputados do PS têm coluna, apesar de muito considerarem o passado histórico da figura Jaime Gama.
Quanto ao outro comentador, bom seria para os espectadores da RTP-M que deixasse as suas vestes partidárias em casa. Assim, NÃO. Posted by Picasa

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro Professor, porque é que perde ainda tempo com a instrumentalizada RTP Madeira..que parece que agora vai virar um infantário, ou melhor uma cresce..
sempre com barquinhos e viagens ao fundo...Aliás seria tempo do seu partido pedir uma auditoria aos gastos versus resultados da RTP Madeira.Acho que poderá ter uma surpresa..O nosso partido julgo que tem poderes para isso...porque ali também são gastos dinheiros publicos...