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sexta-feira, 6 de março de 2009

UM GOVERNO COM HORÁRIO DE FUNÇÃO PÚBLICA: ABRE, FECHA E APENAS TRATA DO EXPEDIENTE!

E agora, Senhor Secretário dos Assuntos Sociais, como é que vai sair desta? E agora, Senhor Secretário dos Recursos Humanos, como irá desmentir? E agora, Senhor Vice-Presidente do Governo, como explicará as suas medidas económicas?
Ora, como salienta o Jornalista Élvio Passos, na edição de hoje do DN, "os madeirenses apresentaram ao longo dos anos 90 os mais baixos rendimentos médios de todo o país (atenção: Sócrates não era Primeiro-Ministro). A conclusão está clara num estudo de Carlos Farinha Rodrigues, professor do ISEG e assessor do Instituto Nacional de Estatística nas áreas da distribuição do rendimento e das famílias: "(...) "No ano 2000, o rendimento médio nacional foi de 8.937 euros, enquanto na Madeira o valor não foi além dos 6.831 euros. Isso significa que o rendimento médio dos madeirenses situou-se nos 76,4 por cento da média nacional. A região que se seguiu à Madeira foi a dos Açores, ainda assim, com um rendimento médio 441 euros superior ao madeirense".
Entretanto, de 2000 até agora o desemprego na Madeira aumentou exponencialmente pelo que a situação deverá ser muito mais gravosa. Isto significa que a então existência de 32% de pobres foi ultrapassada. Seguramente, a Madeira regista, hoje, numa população de 253.000 habitantes, cerca de 80.000 pobres. Estes números são assustadores e revelam a leviandade das políticas regionais. Ao dramatismo da situação, o governo dá sinais de não saber o que fazer, mantém um discurso ridículo de uma inexistente confiança, não apresenta qualquer plano de combate à situação, no parlamento joga para longe responsabilidades suas, continua a defender "investimentos" megalómanos e em áreas não prioritárias, enfim, oferece uma imagem de quem já não governa nem capacidade tem para tal. O Governo funciona no horário da função pública. Abre, fecha e apenas trata do expediente. E mesmo nas horas de expediente nem à Assembleia comparece para prestar contas da governação.
A Madeira caminha, mais rápido do que eu pensava, para uma situação de profunda crise social e, oxalá esteja eu errado, para uma situação de conflito social. Se, dos mais idosos, por razões várias, o sofrimento continuará a ser gerido no silêncio, o mesmo não se poderá dizer relativamente a milhares que por aí andam desesperados. A instabilidade social tenderá a agravar-se e de diversas formas. Aliás, os sinais são já evidentes. E quando assim é, quando já não é possível disfarçar o que é óbvio, que está aos olhos de todos, fico pasmado como é que há parlamentares da maioria social-democrata que continuam a não ter, nem nas entrelinhas, uma palavra, uma chamada de atenção, um sinal de preocupação. O barco, em mar alteroso, navega em direcção ao rochedo e ninguém se apresta a mudar a rota. À crise respondem com projectos do tipo "timex", isto é, que não adiantam nem atrasam; ao desemprego, respondem que o problema é da crise internacional e do Sócrates, claro; à pobreza respondem com números ridículos e residuais de 2%; à incapacidade para adquirir os medicamentos respondem que ninguém tem problemas a esse nível; à falta de dinheiro para pagar as dívidas respondem com o estádio do Marítimo e com um sambódromo; à dívida pública respondem que a História não fala de dívidas mas de obras, como se vivessem em "França no tempo dos reis".
O Governo caminha, alegremente, para o desastre económico, social e cultural. Há, por isso, uma absoluta necessidade de mudança para que se salve a Madeira e a sua Autonomia.

1 comentário:

Anónimo disse...

Senhor Professor

...em "França no tempo dos reis"?!

Peço-lhe desculpa,mas,creio que está enganado.

O que está à vista(de quem não se recuse ver)é que a horda que "se governa" nunca se desprendeu dos ensinamentos e dos "valores" da "escola" onde os bebeu.

Só a providencial cadeira da natureza acordará o Povo Superior, ao qual me fizeram crer que eu pertencia...

"Fascismo,nunca mais?!"

Como diria o meu compadre alentejano:
"Tá ben,dêxa"!