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quarta-feira, 1 de abril de 2009

GUERRA DAS BANDEIRAS - SÓ PODE SER PETA!

Esta história da designada "guerra das bandeiras" já tresanda. Com tantos problemas que temos para resolver, como é que ainda se anda a alimentar este fait-divers de bandeira no mastro sim ou bandeira no mastro não. Ridículo. Só pode ser peta. Só que é uma peta no verdadeiro sentido de toda a Região andar a viver múltiplas mentiras que nos estão a atirar para uma situação muito complexa quer económica e social. A maioria do Povo quer lá saber disso. Trata-se de uma guerra sem sentido, que deveria ser resolvida em outros espaços e no tempo próprio. Prioridade no debate é o drama que estão a viver 11.000 desempregados e como é que a Região vai sair do sufoco em que se encontra, com empresas a falir, desemprego a aumentar, pobreza em crescendo, juventude sem futuro, esses sim, deveriam constituir o grande sinal de alerta, a grande preocupação de quem governa.
Ainda nestes últimos dois dias assisti a intervenções de três Ministros, todas enquadradas nos problemas do desemprego e das necessárias políticas de protecção social. E nada passou em claro. Penso que houve sinceridade e abertura política suficiente ao ponto de ter ficado no ar grandes preocupações quanto à estabilidade social. E quando assim se fala e assume, é óbvio que todos os portadores de poder não podem andar a desviar as atenções como se nada estivesse a acontecer.
Meus Senhores, o Povo não come “revisão constitucional”, o Povo não come “bandeiras”, não come discursos ocos e sem sentido. O Povo quer saber como é que paga a casa e como poderá resolver os seus compromissos. O Povo não quer saber discursos tecnocráticos e de números mas quer saber como é que pode ir ao supermercado e como se poderá libertar de todos os constrangimentos que está a suportar. O Povo espera, diariamente, por soluções para os seus graves problemas e não por “guerras de bandeiras” que apenas interessam a uns poucos autores de “guerrilhas” institucionais permanentes, cujo objectivo é claro, muito claro, precisamente o de esconder a verdade da Região em todos os sectores e áreas de actividade.
Mais cedo do que muitos imaginam o Povo, estou certo, que se levantará e dirá BASTA!

7 comentários:

amsf disse...

"Meus Senhores, o Povo não come “revisão constitucional”, o Povo não come “bandeiras”, não come discursos ocos e sem sentido. O Povo quer saber como é que paga a casa e como poderá resolver os seus compromissos."

É este tipo de discurso que se deve fazer sempre que aparece um microfone à frente! De preferência falar pouco não deixando espaço para que os jornalistas optem por transmitir o que menos interessa. Raciocínios longos e complexos devem ficar para auditórios mais restritos.

Marcelino Teles disse...

Quando era criança minha mãe costuma dizer-me: "Vai apanhar erva ao gado em vez de andares embandeirado*".
* Embandeirado - Sem fazer nenhum, sem fazer nada.
Pois agora verifica-se o mesmo em relação a esta questão das bandeiras: anda muito boa gente "embandeirada" nesta terra por causa dos mastros lisos;
E outros (muitos)andam "lisos" que nem mastro nem bandeira.

Paulo Perestrelo disse...

Sr. Professor
Sabe o que cai mal?
É que tudo o que escreve sobre a Madeira, o seu estado de crise e a sua contestação a politicas na RAM eram aplicáveis ao seu Governo da República (x40)...
Responder-me-ia que com o mal dos outros aguentamos nós...
Fica sempre a ideia de que fala e escreve desta forma porque não está (nem espera estar, nem estará) no poder.
O que retira toda a sua credibilidade.
Porque estando no PS corrobora com o que faz esse partido onde está no poder. E se não, então, diz...
Porque dizer que o PSD faz propaganda com meios públicos e fechar os olhos ao que faz o SEU Governo... não.
Dizer que o PSD devia cortar nos investimentos e nada referir quanto a TGVs, Aeroportos e enésima ponte em Lisboa...não.
Dizer que por cá há 10 mil desempregados e esquecer os mais de 400 mil do país...não.
Branquear o endividamento nacional (à custa do qual se tomam medidas de aquecimento da economia - contra a crise) e pretender que na RAM se faça o mesmo mantendo endividamente zero... não.
Ou seja, devia ser mais coerente com a pratica no seu partido. Ou então assumir oposição a essa prática.
Para que o seu discurso seja coerente e o Sr. Professor tomado a sério...

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Meu Caro,
Do meu ponto de vista não faz sentido estarmos permanentemente em comparação com os eventuais erros dos outros. O ponto de partida da nossa credibilidade enquanto madeirenses e porto-santenses está em construirmos o nosso futuro colectivo no âmbito da Autonomia que dispomos. Constitui um erro continuarmos a culpar os outros pelos nossos erros de política estratégica. É preciso partirmos (sempre) do princípio que somos autónomos e temos órgãos de governo próprio. E se os temos é aqui que devemos resolver os nossos problemas com a evidente solidariedade nacional e europeia.
Quanto ao endividamento lembro que foi a Drª Manuela Ferreira Leite que o impôs no âmbito da Lei da Estabilidade Orçamental. E quando já devemos seis mil milhões qualquer um de nós com bom senso é óbvio que deve ficar preocupado.
Sabe, porque prezo a Autonomia e defendo-a sem limites tenho vindo a tomar posições contrárias à Senhora Ministra da Educação. Porque entendo que é aqui que devemos gerar o nosso sistema educativo. Só que ninguém ouve e hoje temos um sério problema com a Educação. Este é apenas um exemplo.
Finalmente, falo assim, porque amo a minha terra e as nossas gentes!
Um abraço.

Paulo Perestrelo disse...

O caso da sua oposição (aqui reconheço a sua existência) à Ministra da Educação pode ser interpretado de outra forma: a defesa coorporativa da sua classe profissional. O que estraga tudo novamente. Até porque pouco mais contesta do que o estatuto da Carreira Docente. Até o tal Sistema Regional Educativo que diz ser possível sbe bem que não é devido à reserva absoluta da Assembleia da República na matéria...
Mas, se na Educação até lhe reconheço alguma (o)posição coerente, mesmo que de cariz coorporativo, isso não acontece nas outras posições e nas outras matérias.
Aí, com o seu PS a fazer por lá, o que, por cá, vai contestando exige, da sua parte, outra posição. Para que possa ganhar a tal credibilidade.
A Dra. MFL até terá imposto o endividamento zero, há 5 ou 6 anos atrás. Mas agora, com todo o Mundo a se endividar públicamente para fazer face à crise, manter (e é Sócrates que o faz) a decisão de endividamento (quase) nulo para a Madeira, não faz sentido.
Muito menos quando o PS, por cá, exige despesa para enfrentar a crise. O PS-Sócrates impede o endividamento e o PS-Madeira exige despesa. E os 50 milhões não são chamados ao caso: são para investimento comparticipado.

Alexandro Pestana - www.miradouro.pt disse...

Penso que deve conhecer estas pessoas neste video:

Sr. Paulo Perestrelo, não podemos comparar um país com uma região autónoma. Ao PS-M competem-lhe as questões da Madeira. Em Lisboa eles lá sabem o que fazem!

Veja este vídeo até ao fim:

http://www.youtube.com/watch?v=YRdgFiqm1z4

André Escórcio disse...

Meu Caro Senhor Paulo Perestrelo.
Não sei, sinceramente, com quem dialogo mas isso não é importante. Ou, então, é. Porque demonstra, claramente, que não me conhece enquanto pessoa e enquanto participante na política.
Nunca fui corporativo. E tanto assim é que várias vezes, na Assembleia, disse, em alto e bom som que em matéria de política educativa as minhas vestes partidárias ficam à porta.
Sabe, meu Caro, não se deve ficar pela rama, é obrigação de ir ao fundo das questões, estudando-as em todas as variáveis de análise.
O sistema educativo não é reserva da República. O que é reserva são as "bases do sistema educativo". Como é óbvio, o Português, a Matemática, as Ciências, a Física, etc. fazem parte de um tronco comum, isto é, da matriz nacional. Tanto assim é que oa Açores avançaram muito neste sector.
Mas não vou discutir agora este assunto. O que lhe quero dizer, meu Caro, é que sou SOCIALISTA nos princípios e nos valores e respeito todos os outros. Respeito as suas posições mas seria bom que discutíssemos no quadro da nossa realidade regional. É aqui que devemos analisar as situações quer em tempo de vacas gordas quer em tempo de magreza orçamental (que não é assim tanta se tivermos em consideração o desperdício). Porque somos AUTÓNOMOS.