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sábado, 16 de maio de 2009

A VISITA DO PRIMEIRO-MINISTRO

Foi "comovente", "enternecedor" e digno de um filme de ficção, aquele almoço com tantos e tantos empresários da Madeira a ouvirem e a aplaudirem o discurso do Primeiro-Ministro. O guião deste filme foi cumprido alínea a alínea, com uma produção exímia e uma realização exemplar. Os figurantes, os mesmos que criticam, sovam e andam de braço dado com o poder regional nas críticas que fazem à República, ali tomaram assento, hipocritamente rendidos e a aplaudir uma curta metragem que, para quem anda na política de forma sadia, deixa uma manifestação na pele do tipo "pele-de-galinha". Dir-se-á que se tratou de um momento institucional... bom, quem por cá vive o dia-a-dia político e não anda distraído sabe que daquele encontro muitas ilacções podem ser retiradas. Mas adiante.
Genuína, essa sim, a calorosa recepção de alguns populares junto ao Palácio de S. Lourenço. Tudo o resto não me pareceu ter vindo de dentro para fora, resumiu-se ao cumprimento protocolar cujas cenas seguintes regressarão ao terror de sempre. Enganam-se os que pensam que doravante as relações, as palavras e as agressividades recrudescerão para níveis aceitáveis em política. Não vão. Na primeira esquina, tal como na véspera da visita, voltarão ao ataque impiedoso e sem freio. É esta política com a qual não me identifico. E vão endurecer o discurso porque nunca vão perceber (nem lhes interessa) que se outra fosse a postura do governo regional, se outra fosse a sua responsabilidade e elegância negocial, esses pseudo-contenciosos não passariam disso mesmo.

5 comentários:

mugabe disse...

Eu também não me identifico com esta política, mas...não se importa de se definir ?

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Pede, segundo compreendi, que me "defina", politicamente, claro. Ora bem, sou socialista. E ser socialista implica seguir, sem dogmas, uma carta de princípios que li antes de me filiar no PS.
Por natureza e formação pessoal aprecio a transparência e rejeito qualquer encenação para parecer aquilo que não sou. Por isso, a política, existindo para servir o bem-estar comum exige seriedade, honestidade e nunca fingimentos que escondem outras e preocupantes matreirices. Penso que o Povo é mais sensível às pessoas francas do que aqueles que se apresentam travestidas de qualquer coisa. Eu não me disfarço. O Dr. Jaime Gama esteve na Madeira mas não fui almoçar com ele. Este é, apenas, um exemplo.

mugabe disse...

Obrigado pela resposta sincera ! acreditando como acredito na sua palavra e boas intenções, apenas me resta sugerir-lhe que mude de partido ou que numa outra hipótese actue como independente, pois como já viu este PS pode ser tudo menos "socialista" sendo o nosso país dominado por uma seita denominada por PsD há 34 anos.

Anónimo disse...

mas será sócrates melhor do que eles, ao almoçar e conviver com eles, com um sorriso na cara?......

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Todos pedimos normais relações institucionais. A política não se exerce de arma na mão. A única arma deve ser o diálogo. O problema é que há gente que não quer saber nem de diálogo nem de negociação e, aí, parte para a guerra das palavras muitas vezes ofensivas.