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quinta-feira, 18 de junho de 2009

FINALMENTE, O PRESIDENTE DO GOVERNO RECONHECE A POBREZA

São palavras do Presidente do Governo: Ronaldo é a síntese do povo madeirense.
Ora bem, tal como outras intervenções, do meu ponto de vista, trata-se de uma declaração oca e vazia de sentido, assumida apenas para consumo externo, desde logo porque, quando fala de um cidadão que teve de "emigrar", sublinho eu, aos onze anos, o presidente, porventura distraído, acabou por assumir a falência das políticas susceptíveis de garantirem o sucesso dentro de portas, sobretudo ao nível da formação inicial. Ronaldo era uma criança. Aos onze anos zarpou daqui para fora porque alguém, com visão, arrancou-o à ilha para lhe dar futuro. O presidente,repito, certamente distraído, comparou Ronaldo a um emigrante adulto que segue o rumo das ilhas do Canal, da Venezuela ou da África do Sul, porque ele, presidente, foi incapaz de criar condições na Região, a cujo governo lidera, para garantir felicidade aos demais. É por isso que, para o presidente, Ronaldo é a síntese do Povo madeirense. Mas também é a síntese a um outro nível que o presidente não disse mas sublinho eu: é a síntese de uns quantos que têm tudo e são riquíssimos e fazem o que querem e entendem da Região, face a uma maioria que nada tem. Basta olhar para as grandes assimetrias económicas, sociais e culturais que nos rodeiam. Significa, também, repito, porventura por distracção, que o presidente acabou por reconhecer a pobreza das suas políticas e das gentes desta terra madrasta que não dá futuro aos seus filhos. É caso para dizer que "pela boca morre o peixe".

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