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domingo, 21 de junho de 2009

A URGÊNCIA DA REDEFINIÇÃO

Excelente, porque lúcida e profunda, a análise da semana desenvolvida pelo Jornalista Luis Calisto na edição de hoje do DN-M. Não vou tecer comentários àquilo que o Jornalista, do meu ponto de vista, equacionou e bem no que concerne aos principais actores da cena política regional, mormente, no que ao presidente do governo regional diz respeito. Mas há uma passagem que me parece fundamental em defesa dos madeirenses e portosantenses e sobretudo da DEMOCRACIA: "(...) O PS precisa de urgente redefinição. Um congresso, uma convenção, uns estados gerais, seja o que for onde todos debatam e escolham uma linha de rumo, com os actuais e/ou novos dirigentes, que traga alguma dignidade à tão maltratada vida pública regional".
É a voz de fora e independente que surge e não a voz de dentro. Nem mais. Em poucas linhas está tudo dito. Aliás, ainda ontem, publiquei aqui um texto que chamava à atenção para as preocupações que, neste momento, deveriam constituir a ideia central de quem tem esse dever e responsabilidade de OLHAR e OUVIR a realidade externa, não apenas a do Partido. O partido deve é reflectir sobre os sinais da sociedade, pelo que não ter consciência ou ignorar o que se passa para além dos muros partidários, do grupo restrito que o orienta, como se fosse possível impor uma vontade, uma ideia, uma estratégia ou um projecto(?) que não encontra eco, obviamente que tal significará, por mera comparação, estar a malhar, inconsequentemente, no ferro frio. Aliás, ninguém compra um produto ou porque não lhe atribui valor ou porque tem dúvidas.
Por aproximação às regras básicas do "marketing" sabe-se que gestão do processo deve ser determinada por objectivos específicos dentro de cada segmento e área de actuação, através de um planeamento onde deverá haver uma preocupação com o desenho estratégico, a análise, o exame e a orientação para o consumidor (o eleitor). Mas para isso torna-se necessário: conhecer e dominar os segmentos da sociedade em todas as suas variáveis, identificar o tipo de necessidades, o comportamento do eleitor em função dos traços da sua personalidade e da sua própria história, os centros de interesse, as expectativas, as crenças, os índices sócio-económicos e os estilos de vida e de valores. Daqui se poderá concluir que a adesão a um projecto implica, assim, um conjunto de etapas interligadas e sequentes, com eventuais recuos e avanços até à decisão final. Bernard Dubois, fala de quatro grandes fases: a do despertar que leva à ideia de adesão, a fase da recolha e tratamento da informação e, só depois, a formulação e tomada de decisão.
Ora, bastará que um líder se situe neste quadro para perceber que há fases imprescindíveis e que estão interligadas às quais se juntam o discurso de liderança, o discurso da convicção, o discurso que baseado no conhecimento atinge e conduz, neste caso o eleitor, para a sua adesão. Como tudo isto tem andado a ser feito com muito amadorismo, obviamente, que o produto tem ficado na prateleira e retirado por perda de limite de prazo. Os resultados dos actos eleitorais espelham isso. Mas estou em crer que melhores dias virão. Espero pela "redefinição".

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