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sábado, 25 de julho de 2009

APRENDER A DEMOCRACIA

Duas notas:
1ª Vem o Secretário dos Recursos Humanos e confirma os dados do desemprego na Madeira. É evidente que tentou, uma vez mais, adoçar a pílula com a esfarrapada história que foi na Madeira que se registou a maior percentagem de ofertas de emprego. A verdade, porém, é que o desemprego não pára de subir. Cada mês que se passa é pior. No espaço de um ano aumentou 47,4%. Não é brincadeira, alguma.
O curioso, ou talvez não, é que poucas horas depois, o presidente do governo veio negar tais valores e que eles são, manifestamente, uma campanha contra a Madeira. Eu penso que deve provar o teor do comunicado com dados consistentes. Se o conseguir fazer, das duas, uma: ou demite o Secretário e a equipa que o acompanha no Instituto de Emprego ou, estes mesmos Senhores, desconsiderados nas suas tarefas públicas de governo, devem colocar o lugar à disposição. Manda a decência no relacionamento e o respeito pelo desempenho das funções que assim se proceda. Mas não, um diz outro desdiz e tudo continua na paz do Senhor.
Ainda ontem ouvi uma peça jornalística que dava conta do despedimento de mais 50 trabalhadores da Elimar. Todos para o desemprego e o presidente nega que a situação seja grave. E ouvi também o presidente do Sindicato da Construção Civil, Senhor Diamantino Alturas, referir que este problema estaria total ou parcialmente resolvido, pelo menos durante os próximos dois anos, se um conjunto de obras prometidas estivessem em andamento (28% dos desempregados do sector da Construção Civil correspondem a 3.500 trabalhadores), esquecendo-se o presidente do Sindicato que esse é um penso rápido num problema estrutural e que tem a ver com o modelo económico. Tarde ou cedo regressaremos ao mesmo drama, até pelas limitações da Região no que concerne ao seu espaço geográfico, recursos financeiros públicos e necessidades de investimento.
2ª Posso, em alguns momentos, não estar de acordo com as apreciações e comentários feitos no "Dossiê de Imprensa", um programa da RTP-Madeira. E é bom que seja assim. Ouço, posso ter uma opinião diferente mas aceito o posicionamento assumido pelos comentadores. Muitas vezes fazem-me reflectir sobre aspectos que me escapam. O programa é um espaço de liberdade, de cidadania e não partidário. É a alma dos jornalistas que ali está, cada um com as suas convicções pessoais e valores traduzidos em palavras. E é dessa mescla de posições, quando os assuntos são tratados com rigor e seriedade, que me ajudam a reflectir.
Pelo que é público um jornalista do Jornal da Madeira (órgão de comunicação social pago pelo governo da Região), alegadamente, terá sido aconselhado a deixar o programa. Veremos se isso acontecerá ou não. Mas não estranho que tal venha a acontecer. Não será novidade. Em tempos, houve um programa, se bem me recordo, chamado "Debate Político" cujo painel tinha representantes da oposição e um membro da maioria social-democrata. Também acabou. Por algum motivo, obviamente. Também por algum motivo o presidente do governo nunca debateu com a oposição, em época eleitoral ou não, os grandes dossiês da governação. Percebo. Parafraseando o Senhor Deputado Coito Pita, está na altura de muita boa gente voltar à Escola e aprender a DEMOCRACIA.
Fotos: Google-Imagens

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