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quarta-feira, 15 de julho de 2009

BUSTOS E MEDALHAS BRANQUEADORAS...

A par de muitos aspectos de pormenor pelos quais o exercício da política torna-se muitas vezes esgotante e irritante, sobretudo para aqueles que a consideram ser uma actividade nobre, é a forma como o discurso político branqueia múltiplas situações absolutamente condenáveis ou, no mínimo, muito pouco correctas. Quando está aos olhos de todos a existência de jogos de interesse, monopólios, protecção a determinados grupos, enriquecimentos menos bem explicados, alegadas negociatas, enfim, quando, no exercício da política, há uma nítida ausência de transparência, há sempre alguém que surge a colocar por debaixo a mão protectora a quem se pede rigor nos comportamentos sejam eles de que natureza forem. Isto envolve, naturalmente, promotores da coisa pública ou privada e quem autoriza os investimentos. É por isso que os cidadãos olham, cada vez mais, para a política e para os políticos com enormes reservas, daí resultando altos graus de abstencionismo e de desencanto. Pessoalmente, nada, rigorosamente nada me constrange ou me coloca de pé atrás relativamente àqueles que com criatividade, inovação, muito trabalho e risco, conseguem multiplicar a sua fortuna. Pelo contrário, como diz o povo, assumo, que "Deus lhe acrescente", desde que paguem a tempo e horas e com dignidade aos seus colaboradores e se os impostos são liquidados nos prazos certos. Pela via correcta e pela honestidade do desempenho aplaudo-os porque são geradores de postos de trabalho. Só que nem sempre é assim. Atribuem-se medalhas e sugerem-se bustos a pataco, fazendo jus ao comercial "omo lava mais branco" ou "branco mais branco não há". Lamento, porque não tarda o momento em que não se consiga diferenciar os Homens e Mulheres de grande mérito nos vários sectores e áreas de actividade, relativamente a todos os outros. Parece haver aqui um nivelamento por baixo e segundo os interesses do momento.
Nota: A edição de hoje do DN-M inclui uma oportuna e interessante "carta do leitor" assinada por Maria Teresa Góis: "Quando oiço dizer que grassa a impunidade, sorrio. Amargamente, é certo, mas sorrio. Se abundam os corruptos onde estarão os honestos? Se a mentira é premiada, será a verdade esquecida? Se a subserviência e o "lambe-botismo" progridem, é decerto o declínio do Homem sapiens como ser autónomo, inteligente, responsável!"

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