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terça-feira, 7 de julho de 2009

CONTA-NOS LÁ OS TEUS FEITOS...

Não há decoro, bom senso, humildade e respeito pela História. Entrámos no domínio do vale tudo, do lambotismo político e da subserviência. Ontem, pela televisão, assisti ao descerramento de uma placa toponímica que identifica a Rua Engº Santos Costa. Foi em Machico. Comovido, com as lágrimas nos olhos, o Secretário Regional do Equipamento Social agradeceu.
A situação, confesso, não me deixou boquiaberto mas, sinceramente, não esperava que o desplante fosse tão longe. Afinal, o que fez o Engº Santos Costa para tamanha distinção? Que contributos distintos e ímpares, que méritos lhe são reconhecidos para figurar para todo o sempre entre os mais ilustres madeirenses, mesmo entre aqueles nascidos em Machico? A resposta a estas perguntas é que me deixa perplexo. Ou talvez não!
Pode ser por ignorância minha, isto é, pelo desconhecimento do seu currículo de vida. Terá sido, até agora, um Homem defensor de causas nobres, um Homem com vida de doação à sociedade para além da intervenção política, um Homem que deixa obra nas ciências, nas letras ou nas artes, enfim, qualquer coisa que nos leve a curvar perante a sua relevância entre todos nós que por aqui andamos? Desconheço. Se sim, numa terra tão pequena há muito que, certamente, se conheceria o seu eventual brilhantismo.
Continuo por isso a sublinhar, talvez por ignorância minha, repito, o que sei do Engº Santos Costa é que ele desempenha um cargo político e, nessa qualidade, injectou milhões de euros em Machico para a realização de obras que nunca foram possíveis operacionalizar pelas administrações socialistas, por negação de financiamento e, muito lá para trás, pelo estrangulamento que impuseram no âmbito do Protocolo de Reequilíbrio Financeiro, devido ao sobreendividamento causado pelas administrações do PSD. E hoje, o que se verifica é que as obras da responsabilidade da autarquia continuam a ser poucas mas as obras da responsabilidade do governo são algumas, apenas para fazer crer à população que com o PSD Machico não estagnou!
Só que o dinheiro é de todos nós, dos nossos impostos, não é pertença do Engº Santos Costa ou do governo regional. E ele, enquanto político ou o governo no seu todo, não fazem mais do que o seu dever de proceder a aplicações que garantam crescimento, desenvolvimento e bem-estar. Só que, obviamente, isso não chega como elementos curriculares determinantes para a perpetuação de um nome nas gerações vindouras.
E atenção, este meu texto não tem nada de pessoal, tem apenas de constatação de factos e de, enquanto cidadão, entender que deve existir um rigoroso critério na atribuição de distinções desta e de outra natureza.

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