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domingo, 19 de julho de 2009

SE ASSIM FOR FICARÁ EM CAUSA A VIVÊNCIA DEMOCRÁTICA

Sinceramente, não acredito nos resultados da sondagem que dá ao PSD-M, nas próximas Legislativas Nacionais, um resultado que coloca o PS-M na delicada situação de apenas eleger um deputado em seis possíveis. É evidente que não ponho em causa o rigor técnico do estudo de opinião realizado, o que coloco em causa é se as pessoas entrevistadas foram sinceras. Aí é que reside a minha dúvida.
Eu sei que estes quatro anos de governo socialista, com todas as grandes reformas que foram implementadas, deixaram um rasto de insatisfação em alguns sectores da população.
Foi a redução do défice público, o novo quadro das aposentações, o código do trabalho onde uma série direitos foram colocados em causa, tudo quanto se passou na Educação, nas Forças Armadas e polícias, entre outras, que levaram à rua muitas classes profissionais zangadas com o governo. É verdade que sim pois são factos que não podem ser ignorados. Mas também verdade seja dita que nunca tantas contrapartidas de natureza social foram criadas para equilibrar o desconforto gerado. Recordo, de memória, algumas que tiveram substancial impacte:
  • A significativa baixa no preço de 4.000 medicamentos que significa uma poupança para todos portugueses de 726 milhões de euros. Neste aspecto, a passagem, em quatro anos, de 8 para 19% de crescimento nos genéricos;
  • O Complemento Solidário para Idosos, instrumento poderoso para atenuar a pobreza de 200.000 portugueses para além da melhoria introduzida no Rendimento Social de Inserção;
  • O apoio pré-natal. Dirão que é pouco. É certo que é pouco mas muito para quem dele precisa;
  • O Salário Mínimo que cresceu 20% nos últimos 4 anos;
  • O Abono de Família, uma das prestações mais importantes que cresceu 25% nos últimos quatro anos. Tratou-se do maior aumento de sempre conjugado com o 13º mês desta prestação social;
  • A Acção Social Escolar, baseado nos escalões do abono de família, e que veio a beneficiar milhares de alunos e suas famílias. Situação que só agora o PSD-M tenta implementar;
  • O apoio à parentalidade, onde a licença passou de cinco para dez dias de licença, acrescido de mais um mês caso o pai fique com a criança;
  • A reforma da segurança social permitindo safar o País que se encontrava no abismo para uma situação de garantia de futuro;
  • A redução das contribuições para a segurança social;
  • O programa de qualificação-emprego;
  • A formação de dupla certificação para jovens sem o ensino secundário;
  • Os estágios profissionais para jovens com o secundário e superior, destinado a jovens até aos 35 anos;
  • O apoio à contratação de jovens com o ensino secundário e superior através do apoio de € 2.000,00 mais dois anos de isenção de Taxa Social Única (TSU);
  • O apoio de € 2.000,00 mais dois anos de isenção de TSU na contratação de desempregados e públicos específicos;
  • O apoio à contratação de desempregados com 55 anos ou mais, consubstanciado na redução de 50% na TSU às empresas que contratem a termo.

Tudo isto passando de 6,83% de défice nas contas do Estado para 2,6% em 2007 e 2008. A despesa de solidariedade, em percentagem, cresceu de 9% em 2002 para 10,7% em 2009. Entre 2002 e 2005 a taxa rondou os 9%. Isto significa que o esforço do Estado custa, hoje, por dia, 20 milhões de Euros.

Refiro estas medidas sociais porque a maioria tiveram impacte directo na Madeira e aquelas que não tiveram tal fica a se dever à inabilidade do governo da Madeira. Em contraponto, o que dizer do que por aqui se passa ao nível do desemprego, da pobreza, da angústia dos empresários, das falências, da dívida pública, da inversão das prioridades, enfim, de toda a situação extremamente preocupante que a Região está a viver? Ora bem, fazendo o balanço entre o que se passou na República e na Região, não acredito nesta sondagem. Aceito ser muito difícil atingir o resultado das últimas legislativas nacionais, mas 5-1 penso que não acontecerá. É a minha convicção. Até porque, o reforço do PSD equivalerá a um duro golpe na vivência democrática. A história deste processo demonstra que, a Região, precisa de respirar outros ares.

NOTA:

Quinta-feira passada recebi um telefonema de uma alegada empresa de sondagens cujo nome, infelizmente, não fixei. Fizeram-me, salvo erro, três perguntas: 1ª Entre vários candidatos (todos do PSD) quem é que deveria vir a liderar, na Madeira, a partir de 2011, o citado partido, caso o actual presidente abdique; 2ª Entre o "ataque" ao desemprego e a pobreza (não me lembro se me colocaram outra hipótese) qual o combate que elegeria; 3ª Se tivesse que votar agora para as legislativas nacionais em que partido votaria. Considerei muito estranho o facto de não me terem perguntado, no mínimo, a idade! E ao contrário do que sublinha a ficha técnica da citada sondagem hoje publicada, se se tratou do mesmo estudo (em princípio duvido) é falso que, no meu agregado familiar, tivesse sido inquirido "o elemento que fez anos há menos tempo". Responderam duas pessoas. Muito estranho pela proximidade das datas, embora, repita, esta situação não coloque em causa a idoneidade, rigor e responsabilidade da empresa que a fez. Apenas aqui relato uma situação vivida. Nada mais.

2 comentários:

Ricardo Miguel Oliveira disse...

Como deve calcular, este seu post será enviado por nós à Eurosondagem. Como sabe não é DIÁRIO que faz sondagens,apenas as encomenda. Isto é grave.

André Escórcio disse...

Caríssimo,
Muito obrigado. Apenas um pormenor: o contacto foi estabelecido na Quarta-feira (e não na Quinta)entre as 14 e as 15 horas. Pode utilizar o meu nome, local de residência e o número do telefone fixo.
Pode não ter nada a ver com a Eurosondagem mas, penso que sim, deve ser averiguado em nome da credibilidade e em defesa da empresa DN que paga o serviço.