Adsense

sexta-feira, 3 de julho de 2009

A FRONTEIRA ENTRE O HUMOR E A MÁ EDUCAÇÃO

O que ontem se passou na Assembleia da República e que veio a ditar o pedido de demissão do Ministro Manuel Pinho, constitui um exemplo do dever de respeito entre parlamentares, melhor ainda, entre a maioria e as oposições. A história é conhecida e não valerá a pena tecer repetitivos comentários. Desde o Presidente da Assembleia, ao Primeiro-Ministro, passando pelo próprio Dr. Manuel Pinho, todos lamentaram o acto com palavras, algumas muito pouco simpáticas para com o autor do gesto.
Mas estava eu a seguir as imagens e na minha cabeça passou um turbilhão de situações absolutamente desagradáveis e ofensivas da dignidade, que tenho vindo a assistir na impune e inconsequente Assembleia Legislativa da Madeira. Para não falar dos incontáveis disparates ditos da boca para fora, em cima do palco comicieiro e em outras situações que o formalismo, o decoro, a etiqueta, a educação, o protocolo e a respeitabilidade pelos outros, deveria constituir irrepreensível norma. E nesta levada de ofensas têm sido verbalmente agredidos Órgãos de Soberania, titulares das mais altas instituições do Estado, ministros, secretários de Estado, líderes de partidos, enfim, as ofensas estão por aí espalhadas e constam de uma enorme listagem. Tudo passou em vão e tudo passa sem uma crítica veemente. O Senhor Presidente do Governo Regional, ouviu-o dizer que, por aqui, se trata de situações de "humor". Bom, cada um tem a dimensão da fronteira entre o humor e a má educação, entre o humor e a ofensa. Pessoalmente entendo que a Democracia implica o respeito pela diferença de opinião, dirimida com entusiasmo, convicção e de forma acalorada. Mas tem um limite, isto é, quando as palavras ou os gestos têm a intencionalidade de ferir, magoar e espezinhar o interlocutor. Aí não existe humor, há apenas má educação.

2 comentários:

Marcelino Teles disse...

Poderia resumir-se, ao fim e ao cabo, tudo isto num provérbio adaptado, em que UM GESTO VALE POR 1000 PALAVRAS!

Unknown disse...

Foi uma atitude infeliz do srº ministro mas seria bom que muitos"puritanos" cá do burgo olhassem para o seu próprio umbigo e tivessem a distinta lata de também fazerem um "acto-de-contrição",começando pelos Jaiminhos,Coitinhos,Gasparzinhos,Tranquadazinhos,etc , que cada vêz mais levam ao descrédito da assembleia.Como diz Vitor Freitas,o que se passou lá ,se fosse aqui sería a mesma de que nada se tivesse passado,tudo é branqueado à luz do regime jardinista.