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domingo, 20 de setembro de 2009

O APELO À VIOLÊNCIA

Dois dias depois de ter contrariado o Presidente da Câmara Municipal de Santana, o qual, num discurso a propósito de uma inauguração, apelou à desobediêndia das leis, oiço o Presidente do Governo Regional, absolutamente fora de controlo, fazer um descarado e muito perigoso apelo à violência. A propósito e desagradado com a presença do PND nesse acto oficial, disse que estava na altura, já que a Polícia não trata deles, que a presença daqueles "fascistas" "passou a ser um assunto do povo".
Ora, se quem mantém a ordem pública é a polícia e se no entender do presidente tal não acontece, constituir "um assunto do povo" só pode ser interpretado e enquadrar-se na lógica da "legalidade" exercida pelas próprias mãos. Não foi a primeira vez que esta situação aconteceu.
Lembro-me, há uns anos, ter sido dito algo semelhante julgo que em Câmara de Lobos.
É evidente que declarações daquela natureza são graves, muito graves. Desde logo, um político investido nas altas funções da governação, deve, em minha opinião, passar ao lado de qualquer outra manifestação de desagrado pelas suas políticas. É óbvio que há quem goste e quem deteste a forma como governa. A Democracia assim o exige. Em qualquer circunstância, a função que desempenha não pode deixar de se revestir de uma permanente atitude pedagógica, de exemplo e de distanciamento. Depois, porque as palavras não são neutras, há sempre um efeito prático em função dessas mesmas palavras. Apenas dois exemplos: o caso daqueles que entram escola adentro e maltratam os professores com palavras, por enquanto, e a violência doméstica, entre muitas outras expressões de violência.
Mas aquele apelo à violência contitui, finalmente, um desprestigiante ataque à Polícia de Segurança Pública, quando o presidente tem ao seu dispor canais institucionais para repor aquilo que ele considera ser a legalidade democrática. Por tudo isto considero uma vergonha para todos nós aquele discurso de ontem. Ou está de cabeça perdida em função da conjuntura política regional e das sérias dificuldades que o seu governo atravessa ou, então, cada vez mais, no plano político, a máscara cai. Uma pergunta final: terá sido verdadeiro quando contrariou o presidente da Câmara de Santana? Duvido!
Foto:
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