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terça-feira, 22 de setembro de 2009

O CONTROLO DE TUDO QUANTO MEXE

O MAR (Registo Internacional de Navios) anda com ondas alterosas. A nomeação de Dr. Óscar Gonçalves para presidir à Comissão Técnica do MAR tem provocado engulhos no governo regional da Madeira. Tudo porque a pessoa indicada é, desde há muitos anos, militante do Partido Socialista. E como esta é, ironicamente o digo, uma terra onde não existe "asfixia democrática", torna-se, por isso, intolerável que um não alinhado com o governo tenha sido nomeado para tão importante função. Daí a "guerra", o olhar enviesado, a subtil limitação dos meios para a plena realização do seu trabalho. Considero isto intolerável porque significa, claramente, o interesse em controlar tudo quanto mexe. Não é a instituição e o trabalho de qualidade que pode e deve ser feito por uma pessoa independentemente da sua opção de natureza política, mas o lugar e a necessidade de ter mão sobre tudo e todos. Não é assim que interpreto a Democracia nem a vivência democrática. Estas "ondas" alterosas provoca-me enjoo.
Já não basta o controlo sobre todo o associativismo desportivo e cultural, sobre as instituições criadas pela sociedade civil, sobre todas as autarquias, sobre a Assembleia Legislativa da Madeira, não bastando isso, todos os dias querem mais poder, mais controlo sobre a sociedade e pergunto, para quê?

4 comentários:

Anónimo disse...

Não me parece de todo que a razão dos "engulhos" seja apenas o facto de a pessoa em questão ser um militante do PS, pois deve-se lembrar com certeza que pela presidência do MAR já passaram outros militantes do PS, contudo, com outra formação profissional e mesmo pessoal, enfim………..
Mais que tudo, na minha opinião, preocupa-me a incompetência da pessoa em causa, pois o cargo é de natureza técnica muito especifica, não me parece que um dinâmico gestor da área dos telemóveis ausente da RAM à muito tempo, seja a pessoa indicada para o cargo. Estou certo que estamos perante um caso flagrante de "job for the boy".
Sugiro fazer um exercício muito fácil, compare as competências da comissão técnica do MAR com o currículo do seu "gestor", chegará com certeza a mesma conclusão que eu.
Arrepia-me é a irresponsabilidade e a leveza com que se nomeiam pessoas para dirigir serviços técnicos específicos, o que explica em parte o estado de governação deste pais….

JR

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu sincero e oportuno comentário.
É evidente que não conheço as qualificações da pessoa em causa nem tenho qualquer tipo de proximidade pessoal. Sei apenas que há vogais para o desempenho técnico de tais funções de fiscalização.
E também sei que em muitos sectores da governação regional, o problema que apresenta e que eu considero como preocupação válida, multiplica-se na frente dos nossos olhos. Apenas dou um exemplo, o da Educação. Na Madeira, o sistema educativo está entregue a um Licenciado em Finanças (secretário Regional), a um Licenciado em Direito e a um Licenciado em Engenharia. São estas três pessoas que mexem os cordelinhos da Educação, apesar de não terem qualquer formação tendencialmente específica. Talvez, por isso, a Educação, do meu ponto de vista, esteja num pântano.
Mas o que fazer, meu Caro?
Bom seria o princípio que defende, mas aí, por exemplo, exigir-se-ia uma outra mentalidade onde, independentemente da cor partidária, a qualidade pudesse ser defendida.

Anónimo disse...

Em total acordo, os exemplos são muitos, quer aqui na RAM quer no rectângulo, penso ser uma prática transversal a todos os partidos.
Não sou partidário, sou pela total separação entre cargos políticos de cargos técnicos, só assim, como muito bem afirma, se prima pela qualidade dos serviços à prova dos governos.
Para quando um papel mais activo dentro do seu partido? Faz falta ao PS regional, essa imagem credível de frontalidade, honestidade, dedicação e boa educação.

JR

Para quando um papel mais activo e

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu novo comentário. Sobre o PS, ainda hoje tive a oportunidade de colocar um post com o meu desabafo.
São aspectos que não dependem de mim, como compreenderá.