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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

QUINTA DO LORDE

O inquérito valeu zero. A maioria parlamentar assim entendeu, segundo se depreende da peça jornalística publicada na edição de hoje do DN. Enfim, como é referido, está "tudo normal, dentro da lei e sem reparos". Tudo normal apesar da Quinta do Lorde estar na área da Rede Natura e violar o Plano Director Municipal de Machico!
Nada me espanta as conclusões do inquérito parlamentar uma vez que tal corresponde ao comportamento (a)normal da maioria que governa a Região. E é com esse comportamento que, infelizmente, temos de conviver até que o Povo acorde do estado de coma induzido. Tenho pena que assim seja. Porque, do meu ponto de vista, aquela zona poderia até não integrar a rede natura, poderia até o PDM de Machico ser omisso(!), bastaria o bom senso e o respeito pela natureza para todos os responsáveis dizerem, em uníssono, um claríssimo NÃO à obra que ali está em curso. Há espaços na natureza que se querem em estado "selvagem", apenas com um ou outro elemento de humanização. É o que vejo por aí fora quando tenho a oportunidade de ver e de apreciar a relação que o homem estabelece entre o crescimento e o desenvolvimento. A garantia, momentânea, de uns postos de trabalho aquando da construção, poderão tornar-se trágicos a breve prazo, pois cada vez menos aquele tipo de agressão à paisagem é tolerada pelas correntes turísticas de qualidade. Ficarão, certamente, os promotores da obra com a carteira mais recheada mas, certamente, a Região mais pobre.
Ainda há pouco regressei da Finlândia, país onde cerca de três quartos da superfície de 338.000 quilómetros quadrados é floresta. Portanto, com espaço para investir e construir. Só que a mentalidade, as regras e as opções de desenvolvimento são outras. Por isso mesmo, enquanto eles se encontram no topo do Índice de Desenvolvimento Humano - IDH (uma medida comparativa de riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida, natalidade e de outros factores e que pode ser calculado para um estado, município ou região) nós estamos a muitas décadas de distância desse patamar. Por lá, vi a defesa do ambiente, por aqui, lamentavelmente, vejo a agressão ambiental. Tenho pena, por todos nós que aqui vivemos, onde o melhor que temos para "vender" é a riqueza do nosso património natural.

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