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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

UM PRESIDENTE QUE É PARTE DO PROBLEMA

Depois de ouvir o Senhor Presidente da República, a imediata posição dos vários partidos com assento parlamentar, os vários jornalistas e comentadores e, sobretudo, a excelente e cuidadosa intervenção do Ministro Dr. Pedro da Silva Pereira, apeteceu-me discorrer sobre esta nova baralhada do Presidente. Frenei o ímpeto para amadurecer as ideias. Esta manhã, li o texto de Óscar de Freitas Branco, Jornalista do DN-M. Li exactamente aquilo que pensava escrever. Subscrevo-o na íntegra. Aqui fica a excelente síntese:
"Cavaco falou, mas nada explicou ou concretizou. Acusou altos dirigentes do PS de manipulação, mas não os identificou. Em vez de esclarecer criou mais confusão e suspeitas. E acabou por marcar com o ferro da manhosice e da suspeição a testa de quem acabou de ser eleito pelo eleitorado. Cavaco falou, mas não explicou se existem condições para indigitar um homem em que não confia. Em vez de esclarecer, meteu-se em mais uma triste embrulhada. Já não bastava a protecção dada a Dias Loureiro no caso BPN, que foi muito além do admissível. Já não bastava o alegado chorudo negócio que fez com a SLN, dona do BPN, que lhe rendeu um lucro de 150 mil euros, numa daquelas jogadas que faz a alegria de qualquer especulador. Depois de tudo isto, vem agora colocar em causa a idoneidade de quem o povo elegeu. Talvez não tenha sido o resultado desejado, mas a vontade do eleitorado é soberana. E sobrepõe-se a tudo, até à birra de um presidente que não explica nada de nada. Face a isto é caso para perguntar em que ficamos? As escutas afinal ficam para segundo plano? São para esquecer? Vai indigitar Sócrates?Sinceramente, já ninguém aguenta esta novela mexicana. Faça um favor a si próprio e ao país: demita-se. É o mínimo que pode fazer depois de tanta argolada, pois eu quando quero ir ao circo prefiro pagar bilhete".
Este Presidente começa a ser um pesadelo. Já não basta o momento particularmente complexo que o País atravessa, o Doutor Cavaco Silva ao contrário de se mostrar um garante da estabilidade e parte importante da solução, denuncia, claramente, ser uma parte importante do problema. Da intervenção de ontem deduzo que está a jogar no tabuleiro do conflito institucional que, tarde ou cedo, acabará por levar os portugueses para novas eleições. Veremos.

2 comentários:

Fernando Vouga disse...

Caro amigo

Também li o artigo, com o qual me identifico plenamente.
Sinto o amargo desgosto de ter votado nessa criatura. Apesar de tal voto ter sido mais uma "marcação de barragem" do que uma escolha.
Nesta intervenção o PR envergonhou uma Nação inteita. Num discurso arrastado e pungente, Cavaco Silva revelou um enorme sentido de inoportunidade e um elevado teor de irresponsabilidade

António José Trancoso disse...

Caro André Escórcio
Através deste seu espaço, endereço as minhas felicitações a Óscar de Freitas Branco (que não conheço)pelo texto que deu à estampa no DN de hoje.
Neste mesmo dia já tive oportunidade de ouvir alguns comentários ao comportamento do PR,e,todos eles - da Direita à Esquerda - manifestando sentida reprovação!
Tenho,por convicção e princípio democráticos,todo o respeito que é devido ao Orgão de Soberania - Presidência da República - mas...o primeiro a dar testemunho, desse mesmo respeito, terá de ser o cidadão que,sendo eleito, ocupa esse elevado e - de todos nós - representativo cargo.
Não me parece que,Cavaco Silva, tenha gerido, com eficácia e sentido de estado, uma situação que, só o uso e abuso do tabu, resultou em mais um tiro no esburacado pé da actual e desastrada Presidência da República.
Há tabus e tabus!
Uns,são manifestações de aconselhável Bom-Senso;
Outros, mais não são que o refúgio da incompetência,travestida na pose balofa dos tartufos.
Em Política,como na Vida,não basta parecer sério;
é preciso,decidida e frontalmente, sê-lo.
Um abraço.