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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

RANKING'S DAS ESCOLAS. A REGIÃO AFUNDA-SE! (I)

Deixa-me muito preocupado os resultados dos estudantes madeirenses. Li, com a atenção devida, o escalonamento dos estabelecimentos de ensino secundário da Madeira, publicado na edição de 13 de Outubro do DN-Lisboa e que se referem aos exames nacionais.
Em 599 escolas, verifica-se o seguinte:
001 - 150 - 01 escola (135º lugar)
151 - 300 - 02 escolas (178º/267º lugar)
301 - 450 - 03 escolas (305º/370º/423º lugar)
451 - 599 - 10 escolas 498º/508º/516º/532º/ 550º/568º
574º/581º/590º/593º)
A escola da Região melhor posicionada no "ranking" (135º) é a Dr. Francisco Freitas Branco, sediada no Porto Santo.
É evidente que os "ranking's", como sempre o afirmei, não podem ser considerados como um valor absoluto. Há muitas variáveis que devem ser consideradas, obviamente. Não deixam, no entanto, de constituir um precioso indicador. Até porque o protocolo no tratamento dos dados estatísticos é igual para todo o País e, portanto, não se tratando de colocar em destaque, pela positiva ou pela negativa, este ou aquele estabelecimento de ensino, a verdade é que permitem olhar para o nosso posicionamento e obrigam a reflectir sobre as razões que conduzem a tão modestíssimas posições.
Confesso que, para mim, tem sido uma luta inglória de anos. Uma luta feita de intervenções nos vários patamares mas sem eco. A teimosia em não quererem ouvir e debater, esta auto-suficiência bacoca, esta forma de exercício da política educativa sem estudo, sem reflexão, apenas preocupados com o show-off, esta política que escolariza mas não educa, esta política que não olha para a sociedade doente e carente, só poderia conduzir a estes resultados. Mas há muito mais a dizer sobre isto. Aguardo por Sábado e pela públicação, no jornal PÚBLICO, dos "ranking's" que, anualmente, publicam. Vale a pena, primeiro, analisá-los e, depois, comentá-los com fundamento. Para já o sentimento é de tristeza!

4 comentários:

Ricardo Malhoa disse...

Pois, os rankings não prestam, mas desde que sirvam para alguma coisa (como malhar no GR) cá os esmiuça você...
A Madeira não se afunda:
Em 2009 é o 14º distrito em 21.
Era 19º em 2006, 15º em 2007 e 14º em 2008.
Os socialistas Açores foram 19º (este ano).
Claro que 14º em 21 não é bom. Mas daí a malhar nos seus colegas e no trabalho que fazem, fica-lhe mal.
Mas posso lhe dar mais umas notas: na Madeira estão considerados 11.095 exames realizados. Nos Açores (mais ou menos a mesma população) só 7.448.
Quer tirar alguma conclusão?
Pois, eu ajudo: vamos muito mais à frente em termos quantitativos (frequencia escolar) e sabe bem você que, abrangendo mais gente, as mádias são prejudicadas.
Mas mais uma vez: os resultados são satisfatórios? Não.
A verdade é que será necessário confrontar os docentes nas situações onde se acumulam os problemas.
Afinal - até você reconhece - as condições de trabalho são muito superiores...
Porque não aparecem os resultados (nestes exames)?

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Sabe, eu aprecio muito o tom da comunicação. Entendo que não se deve "brincar" politicamente com a Educação. Trata-se de um assunto demasiado sério. Gosto de debater, de opinar, de transmitir a minha opinião mas distante de qualquer sentido mais ou menos ofensivo.
Ora bem, se bem leu o meu texto, eu refiro que os "ranking's" não podem ser analisados de uma forma absoluta. Isso quer dizer muito.
Depois, as análises que faço não visam os Colegas de profissão, mas o SISTEMA. São duas coisas diferentes. A par de muitas eu sinto que tenho sido uma das pessoas acérrimas defensoras da classe, ao contrário de muitos que se escondem. Sabe que é assim. Inclusive, posicionei-me contra esta equipa ministerial. Confirma, certamente.
Mais um aspecto: eu não "malho", apenas constato. E porque sou ambicioso e quero o melhor para a minha terra não me contento com os actuais resultados. Como referiu, "(...)os resultados são satisfatórios? Não". De facto não são e aí, estou absolutamente convencido que poderíamos e deveríamos ter ido muito mais longe. Há imensas variáveis que não foram consideradas ao longo dos tempos e, sobre isso, tenho escrito muito.
Mas, atenção, estas são as minhas opiniões, respeito a dos outros desde que feitas com total elevação e, sobretudo, não partidária.
Uma vez mais, obrigado pelo comentário.

Ricardo Malhoa disse...

Agradeço a sua resposta.
Mas não sei porque não está a se referir aos seus colegas quando faz estas análises.
Então o trabalho deles é pouco importante no processo que origina estes resultados?
E se questiona o sistema a questão é: qual sistema?
O nacional? o dos Açores? o da RAM?
Não é o nacional pois o facto que salienta é o posicionamento das Escolas da Madeira.
Deverá ser, por sisso, o da Madeira.
E o dos Açores que, apesar de socialista e fartamente elogiado pelo Sr. Professor (ECD, establilidade, descongelamento de carreiras com retroactivos, etc) origina resultados inferiores ao nível da quantidade (só 60% do número de exames da RAM) e da qualidade (média e posicioamento distrital abaixo da RAM)?
O sistema aí... será bom?
O que há a mudar na RAM? O que fez os Açores costuda dizer o Sr. Professor. Pois. Aí os resultados subiriam sem dúvida.

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu novo comentário.
Eu nunca me refiri aos Açores em termos de sistema educativo comparado. Tenho-o feito nos aspectos meramente administrativos, por exemplo, a contagem integral do tempo de serviço congelado e a prova pública de acesso ao 6º escalão. Aí, acho que sim, os Açores avançaram em defesa da dignidade dos educadores e professores.
Aqui, como sabe, essas propostas, entre outras, foram chumbadas.
Um dia trabalharei sobre dados comparativos no que concerne aos resultados da actividade escolar.
Tenho, inclusive, agendada uma visita aos Açores. Só gosto de falar do que sei.
Para já, o que me interessa, e a si, naturalmente, é que tenhamos, na Madeira, um sistema que possibilite a excelência. E é convicção minha, pelos estudos que há muitos anos faço, até por comparação com sistemas de sucesso de outros países, que o nosso é muito frágil, acrescido do facto de termos uma população, segundo os indicadores estatísticos, muito pobre (entre 60 a 80.000 habitantes são pobres).