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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

ERA O QUE FALTAVA MEDIR AS PALAVRAS EM FUNÇÃO DA PRESENÇA DO GOVERNO!

Ainda ontem, em artigo de opinião no DN, escrevi sobre a frágil qualidade da nossa Democracia. E não é que precisamente ontem, o Senhor Secretário dos Assuntos Sociais ofereceu um exemplo de prepotência no exercício do seu cargo?
Não faz sentido algum que, presumo, na cerimónia protocolar de abertura de um seminário sobre "Emergência Pré-Hospitalar", perante as análises do presidente do Conselho Directivo Regional da Ordem dos Enfermeiros (OE), Élvio Jesus, ao Serviço Regional de Saúde da Madeira (SESARAM), o responsável pela pasta dos Assuntos Sociais e respectivos colaboradores, desagrado com o que estava a ouvir, optasse por sair da sala. Uma atitude muito desagradável e que não fez qualquer sentido. Segundo o DN-Madeira, "o presidente do Conselho Directivo Regional da OE focou que há "pressões fortes" para "afastar cada vez mais os enfermeiros das famílias e das localidades", alertando para "um desperdício enorme de recursos". Denunciou também "o clima de preocupação que se passa no SESARAM", materializado num abaixo-assinado que, segundo contou, em apenas um dia e meio conseguiu reunir mais de 600 assinaturas. O responsável foi mais longe, evocando que há "ilegalidades que têm de ser reparadas". Ao fim e ao cabo disse aquilo que vamos descortinando através de outras peças jornalísticas que têm vindo na comunicação social.
Do meu ponto de vista, ao Secretário apenas lhe competia ouvir e, na oportunidade, enquadrar o problema segundo a sua óptica. Não querer escutar e, deselegantemente, colocar-se porta fora, constitui uma atitude que diz bem da qualidade da democracia desta nossa Região. Parece que nos querem obrigar a pensar de maneira uniforme, padronizada, onde o que eventualmente está menos bem, tem de ser gerido de chapéu na mão, curvado e no segredo dos gabinetes ditos oficiais! Para fora, a imagem a transmitir tem de ser a de uma pressuposta unidade no pensamento. Dir-se-á que só uns podem "vender o peixe" como querem e entendem. Aos outros exige-se muito cuidado com a língua.
Não é este o conceito de Democracia que defendo. No caso em apreço, o Senhor Secretário tinha de saber ouvir e interpretar os sinais, por mais directas que tivessem sido as palavras e por mais complexos e incómodos os temas abordados. É assim que impõe a vida, a vivência e a convivência democráticas.

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