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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

MAIS VIOLÊNCIA NA ESCOLA... SÃO COISAS DA OPOSIÇÃO!

Mas há quanto tempo damos conta que a indisciplina e a violência estão a ganhar terreno na escola? E há quanto tempo se ouve da parte dos responsáveis políticos que isso se resume a dois ou três casos, diagnosticados e totalmente controlados? E há quanto tempo este assunto é debatido, em vão, na Assembleia Legislativa da Madeira? Ainda há dias, quando equacionei esta problemática da indisciplina e da violência, a resposta que me deram foi que eu tinha uma "visão pessimista da situação". Respondi, só resta isso, jogar com as palavras, que "pessimista é um optimista com muita experiência".
É evidente que quando a sociedade é aquilo que é a escola não pode estar melhor. A escola reflecte as taras de uma sociedade indisciplinada e violenta em variadíssimos quadrantes de análise, pelo que, quando o Director Regional de Educação fala destes temas em compaginação com a programação da TV ou pela força da Internet (ler aqui), parece-me ridículo. Há outros, muitos outros aspectos que estão em causa e que são geradores de indisciplina e, posteriormente, de violência. Era dever do político com funções governativas saber interpretar os sinais, perceber o que se está a passar na organização social, compreender que esta Escola está completamente desajustada na sua organização interna, curricular e programática, que esta Escola é mais remediadora social do que educativa, que esta escola está esventrada de princípios e de valores, que não é motivadora antes é burocrática, enfim, é uma escola que escolariza e não educa. Por culpa dos Professores? Não. Por culpa sim de quem está no Vértice Estratégico do sistema e que não tem sabido pensar a Sociedade e a Educação. É preciso assumir o estado de pobreza (cultural, também) gritante que por aí vai, compaginando com a falta de rigor e de desresponsabilização das famílias. É, portanto, neste complexo mix, que um responsável tem de encontrar novas dinâmicas susceptíveis de esbaterem e até erradicarem qualquer foco de indisciplina (não confundir com a irreverência própria da idade) e de violência. Os que têm esse dever não o souberam fazer e, daí, o grau de indisciplina e de alguma violência preocupante. Eu que passei muitos anos na docência sei do que estou a falar, pois fiz parte da maioria dos órgãos de um estabelecimento de ensino e, pelas funções desempenhadas, li processos e escutei os desabafos então feitos.
Ao mesmo tempo que fugiu a uma análise mais profunda, o responsável pela Educação preferiu desviar a atenção para o Continente, dizendo, em suma, que não estamos tão mal como lá. Como se o nosso problema se resolvesse com o "Estatuto Disciplinar do Aluno". Enfim, há pessoas que ainda não perceberam que são governantes na Madeira e que é aqui que terão de assumir as suas responsabilidades. Que raio, tudo é motivo de comparação esquecendo-se, até, que o povo diz que "com o mal dos outros passamos bem". Quando é que respeitam o Estatuto Autonómico?
Foto: Google Imagens.

2 comentários:

Ze do Caldo disse...

Sr. Professor. Demagogia...
Então se o que cá temos é violência, como chamaremos aos casos em que, aqui e ali, entram alunos aos tiros de caçadeira numa Escola a atirar em tudo o que mexe, matando uns poucos?
Claro que estamos sempre todos sujeitos a que suceda um caso desses. Em qualquer sítio, pois o que se passa dentro de uma cabeça dessas só Deus sabe.
Agora, querer passar a mensagem da violência por cima de algumas situações de indisciplina, é um pouco demais, exagerado e algo demagógico. Convenha.
Bulling? Sempre houve. Agora dão-lhe um nome.

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Se bem leu e interpretou eu falei de indisciplina e de alguma violência. Eu sei o que se passa nas escolas. Não em todos, obviamente.
Aliás, os dados e os comentários foram públicos, estão no DN. Até tive o cuidado de escrever que não se pode confundir violência com indisciplina e com a irreverência própria da idade. Agora, eu defendo duas coisas: primeiro, temos de estruturar a escola para que ela responda eficazmente à neutralização da indisciplina; segundo, tudo tem um início, como compreende, isto é, não é depois da casa a arder que deverão tomar medidas. As políticas têm de ser pro-activas, como certamente, defenderá.
Mas há muito a dizer sobre isto!