Adsense

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

CALMA, MEUS SENHORES!

Tenho escutado alguns comentários a propósito da nova liderança do PS-Madeira. Comentários que me espantam sobretudo aqueles que têm origem em pessoas qualificadas, com experiência e até com olhares críticos e bastas vezes sensatos relativamente à deriva da governação regional. Ainda o novo líder não entrou em funções e a ideia que me fica é que nem o benefício da dúvida é concedido. Assisto a um despejar de palavras sobre a figura eleita e à criação de um ambiente desfavorável, que propagandeada através dos grandes órgãos de comunicação social, acabam por ter efeitos multiplicadores e devastadores na destruição da imagem pública. Do meu ponto de vista isto não é sério nem honesto. Fico com o pressentimento que, fosse quem fosse o eleito, um dos dois concorrentes ou uma terceira ou quarta figura, haveria sempre qualquer coisa a dizer, ou pelo seu passado político ou por qualquer outra razão descortinada à lupa. Até parece que os mesmos que criticam a deriva da governação regional, no essencial, não desejam que a alternativa política surja. É a velha história de estar sempre à espera da última moda para fazer o fato novo ou, então, de um líder feito na olaria.
Esta predisposição de clara desconfiança sobre quem se apresenta com um projecto (neste momento julgo que seria sensato um olhar de análise crítica sobre as moções apresentadas e não sobre as pessoas) eu diria que serve ao poder instalado, ao qual bastará que não se mexa muito porque outros, não digo intencionalmente, ajudam à necessária cobertura pública. O que eu quero sublinhar com isto é que não espero nem desejo que sejam outros a levar ao colo a oposição ao poder, mas também não me parece correcto o apedrejamento antes de conhecidos os primeiros tempos de liderança e de propostas. Um compasso de espera seria desejável e aconselhável. Fazer futurologia tendo por base apenas uma parte da história dos processos, com leituras nem sempre correctas, não me parece de bom senso. Imagine-se, por exemplo, que o Dr. Jacinto Serrão, consegue duas coisas: primeiro, uma imagem de serenidade interna; segundo, uma credível equipa de poder que apresente, de forma politicamente consistente, a desejável alternativa. Pergunto: poderão, desde logo, alguns analistas e comentadores excluir estes dois aspectos centrais na orientação interna e na afirmação externa do partido? Quantas figuras com provas dadas, em todos os sectores da governação, da economia às finanças, passando pelo turismo, a educação e pelos assuntos sociais serão capazes de construir essa alternativa com indiscutível qualidade? Portanto, calma meus senhores, pelo futuro da Região, permitam o benefício da dúvida e aguardem pelos próximos tempos. Se tal não resultar, aí sim, terão todo o dever de denunciar os erros cometidos e a falência dos projectos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Ainda acredita no pai natal?

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Apenas lhe digo, aliás como decorre do texto, que se torna necessário aguardar. Penso que é de bom senso e de respeito pelos resultados apurados.Depois, logo se verá.