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sábado, 20 de fevereiro de 2010

SITUAÇÃO DRAMÁTICA NA MADEIRA (III)

O momento é de cuidar dos vivos e recuperar o que for possível. Recuperar mas também de proceder a balanços. Reflexões que deverão ser feitas com muita seriedade, ponderação, profundidade e frontalidade.
É evidente que este tipo de situações podem, em comunhão com os especialistas, ser minimizadas se outro tipo de preocupações, inclusive, políticas, fossem tomadas em consideração. Aliás, os alertas para a prevenção têm sido muitos, quer através de das várias organizações ambientalistas quer através dos partidos políticos.
Esta nova e dramática situação que a Região está a viver, deverá merecer uma análise que não se fundamente, apenas, na quantidade de precipitação num tempo tão curto, mas em outras importantes variáveis que configuram incúria e muito pouca sensibilidade no âmbito de uma só palavra: prevenção.
De facto, não tem sido sensível uma capacidade política para dizer NÃO a determinadas obras face ao risco que a História, se para ela olharmos com respeito, aconselharia a não licenciar. Porventura, se assim fosse, não estaríamos a lamentar, neste momento, mais de trinta mortos.
Para já, cuidemos dos vivos, da recuperação de quem viu as suas habitações completamente destruídas e do regresso à normalidade. Que não constitui tarefa fácil.
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3 comentários:

Maria Fernanda disse...

Abraço solidário

Anónimo disse...

sr. dr. andré escórcio: independentemente da sua cor e ideologia partidária, não posso de forma alguma deixar de uma vez mais ficar decepcionado consigo. Estas catátrofes naturais acontecem sem "pedido de licença" ou aviso prévio e nao sejamos hipócritas ao lançar culpas para os ombros dos governantes, pois não foram estes que "despejaram" toneladas de agua em terrenos já imensamente saturados. Recordo-lhe que desde novembro chove inimterruptamente na nossa Madeira e há simplesmente coisas inexplicáveis. Existem fenómenos naturais.
Podemos apontar o dedo em situações pontuais ao GR, mas numa hora tão triste e de pesar, não siga o caminho que muitos politicos infelizmente tem seguido ao longo do dia, o do OPORTUNISMO POLITICO. Uma vez mais digo: independentemente da sua cor e ideologia partidária, tenho algum respeito e consideração por si, por isso sejamos sérios e deixemos as quezilias políticas para outros momentos.

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Eu falei de "minimização" e de "prevenção", em parte alguma do meu texto, nesta hora de dor, falei de culpados, mas de "incúria" como salientaram e salientam vários especialistas. Não só o mais mediático Dr. Raimundo Quintal, mas outros. É com estas situações que temos de aprender. Eu era Verador da Câmara e lembro-me de tudo quanto foi equacionado relativamente à zona do Dolce Vita e ao estrangulamento da foz da ribeira. Lembro-me do que disseram os especialistas. Apenas quero que, em nossa defesa, não se comentam novos erros. Daí a necessidade de "prevenção". E a prevenção implica não ceder às pressões venham elas de onde vierem. É isto que a História aconselha.
Talvez não tenha sido absolutamente claro na minha posição. Peço desculpa.
Oportunismo político, NUNCA. Fui candidato à presidência da Câmara em 1993, ano de uma situação gravosa. A um ou dois meses das eleições. Se procurar a imprensa da época não verá uma única situação de manifesto aproveitamento político. Eu sei separara as situações.