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domingo, 28 de fevereiro de 2010

ENSINO EM SALAS EM PENTAGRAMA

A construção de salas em formato de pentágono é a aposta do colégio "O Parque", em Cascais, pois promove uma maior concentração do aluno.
É assunto sobre o qual não me subsistem dúvidas. Tenho lido alguma informação e documentação sobre o mesmo e, por isso, no articulado do Projecto de Decreto Legislativo Regional que cria o Regime Jurídico do Sistema Educativo Regional, tive o cuidado de integrar um artigo (Artigo 4º, ponto 13) o seguinte texto que se refere à construção dos estabelecimentos de educação e ensino:
"Nas fases de planeamento e de projecto é obrigatória a audição e parecer dos parceiros sociais do sistema educativo, bem como de uma comissão formada por seis elementos, concretamente, educadores (dois) e professores (quatro), com um mínimo de dez anos de experiência docente, convocados para o efeito, e de duas instituições universitárias com representantes das áreas das Ciências Sociais, Humanas e Tecnológicas".
Do meu ponto de vista e muitos investigadores que sigo com atenção, parece-me evidente que não podemos ter um tipo de estabelecimento de educação ou de ensino padronizado. Foi assim, hoje, porém, não é e não pode ser. A Escola da Sociedade Industrial não pode ser a Escola da Sociedade da Informação e da Comunicação. Trata-se de lógicas completamente diferentes, pelo que, os espaços de educação e aprendizagem devem reflectir novos paradigmas pedagógicos. E aqui os educadores e professores, em conjugação com os parceiros sociais, devem ser ouvidos, sobretudo porque eles é que terão a nobre missão de bem educar e de transmitir o conhecimento. Essa responsabilidade não fica nem pode ficar dependente das opções de um qualquer técnico sem formação na área. O problema é que, por aqui, por mais que se fale e escreva, ninguém com responsabilidades governativas parece querer ouvir e quem se atreve leva com epítetos muito pouco agradáveis. "Miseráveis", por exemplo!
Ora, Cascais foi a cidade escolhida para o novo colégio "O Parque", leio aqui, um "edifício desenhado e pensado exclusivamente para o ensino, que traz a grande novidade das salas em pentagrama (formato pentágono). Estas salas promovem uma maior concentração do aluno que beneficia de uma aprendizagem activa, um ensino personalizado, de uma pedagogia de projecto e exigência na avaliação. (...) O modelo pedagógico oferecido pelo projecto encaixa nas salas pentagonais: estas promovem o estímulo criativo e comunicativo oferecido aos alunos que visa aproveitar ao máximo o seu potencial, tornando o ensino mais concretizante".
Nada que não se saiba, mas para isto se concretizar necessário se tornaria humildade governativa, coisa que não existe na Região, capacidade para ouvir e um enorme desejo de tornar a Educação como a prioridade das prioridades. Lamentavelmente, há também docentes que, por falta de esclarecimento, não compreendem a necessidades das mudanças, como verifiquei através de alguns pareceres que me chegaram onde aquele artigo (4º, ponto 13) que fizemos constar do Regime Jurídico é considerado desnecessário. Temos todos muito a aprender. O governo deveria dar o primeiro passo.

2 comentários:

Agrela Farinha Avelino disse...

Não se esqueça, antes, de indicar o terreno para esses tipos de construção. E apurar os seus custos.
Como em tudo, a envolvente é relevante. As Escolas de Cascais não podem ser as Escoals da Madeira e vice-versa. Com o risco de ir construir as Escolas de Cascais no Paúl da Serra...

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
A questão é muito complexa. Desde logo implicaria uma nova concepção da rede regional escolar: estabelecimentos de educação e ensino com menor número de alunos e, logicamente, menor número de alunos por sala. Depois, não é necessário ir para o Paúl da Serra, mas sim ordenar o território de tal forma que as infra-estruturas sociais se enquadrem numa lógica de respeito pelas prioridades.
Finalmente, quanto aos custos, como já alguém o sublinhou, se a Educação é cara, experimentemos a ignorância. É bem mais cara, como reconhecerá.
Só mais um dado: as escolas com muitos alunos e tradicionais são ingeríveis e toda a comunidade escolar não passa de números (número de alunos, número de professores, etc.) o que as torna impessoais, com reflexos evidentes na aprendizagem.