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sábado, 6 de fevereiro de 2010

UMA FALÊNCIA HÁ MUITO ANUNCIADA

Tal declaração fez-me lembrar a história do fidalgo atolado em dívidas até ao pescoço, porém continuava a manter a postura de fidalgo.
É sufocante a situação em que se encontra o sistema desportivo regional. Grosso modo, pode-se falar de clubes endividados, compromissos assumidos e não liquidados, contratos-programa entre o IDRAM e o associativismo com vários anos de atraso. Tudo isto, com alguma regularidade, tem sido divulgado através da comunicação social. Não é, portanto, assunto novo. Como não é assunto novo a existência de vários projectos legislativos e de imensos alertas para a necessidade de rever todo o processo. Ninguém ouve, ninguém quer saber, pois mesmo sem dinheiro "o programa de governo é para cumprir" como ainda ontem registei no decorrer da reunião da Comissão Especializada de Educação, Desporto e Cultura da Assembleia Legislativa da Madeira. Tal declaração fez-me lembrar a história do fidalgo atolados em dívidas até ao pescoço, porém continuava a manter a postura de fidalgo.
O grupo parlamentar a que pertenço apresentou, recentemente, dois pedidos de audição parlamentar: um solicitando a presença do Senhor Secretário da Educação para esclarecer uma série de questões relacionadas com a política desportiva regional, outra, que solicitava a presenta do Senhor Joaquim Evangelista, presidente do sindicato dos jogadores profissionais de futebol. Uma e outra justificavam-se, plenamente. Por um lado, face ao estado de falência a que o sistema desportivo regional chegou, por outro, pela necessidade de perceber os meandros do futebol profissional, cujo presidente do sindicato, entre outras declarações publicadas no Diário de Notícias de 12 de Janeiro, assumia que "há, ainda, o fenómeno do falso amadorismo ou falso profissionalismo, como queiram, que é o facto de inscreverem jogadores como amadores para depois não pagarem impostos. Tudo isto é feito à descarada", disse. Pois bem, face a dois quadros que mereciam uma análise muito séria e ponderada (não é também para isso que a Assembleia existe?) a maioria social-democrata chumbou as propostas de audição. Isto é, continuam a varrer para debaixo do tapete toda a alegada sujidade e a assobiar para o lado o drama de um associativismo atolado em múltiplas situações asfixiantes.
Na Assembleia da República um partido solicita a comparência de um ministro e no dia seguinte ele lá está a responder aos deputados. Aqui, um pedido feito a 12 de Janeiro levou um chumbo a 04 de Fevereiro. Espantoso. Só falta agora dizer que o Engº Sócrates é o culpado do monstro que foi criado no sector do desporto.

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